A Polícia Federal iniciou uma operação nesta quinta-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele, que estão sendo investigados por supostamente tentar dar um golpe de Estado no país e anular as eleições de 2022, que foram vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.
No total, a PF está cumprindo 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Além disso, estão sendo aplicadas medidas cautelares, como a proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Jair Bolsonaro está sujeito a medidas restritivas, como a entrega do passaporte às autoridades em até 24 horas.
Nesta quinta-feira, foram detidos:
– Filipe Martins, que atuou como assessor especial de Bolsonaro;
– Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército mencionado em investigações relacionadas à venda de presentes oficiais pela gestão Bolsonaro e a supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
– Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, alvo do quarto mandado, não foi preso devido à sua localização nos Estados Unidos. O mandado de prisão será encaminhado ao Exército para notificar o militar.
Os alvos dos mandados de busca e apreensão incluem:
– Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
– Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
– General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
– Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
– General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
– Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
– Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
– Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
– Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
– Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
– Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares;
– Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;
– Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;
– Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
– Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;
– Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
– Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;
– José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco;
– Laércio Virgílio;
– Mario Fernandes, comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral e era tido como homem de confiança de Bolsonaro;
– Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
– Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército.
Conforme a PF, estão sendo executados mandados nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal. De acordo com as informações divulgadas pela PF, o grupo sob investigação “organizou-se em núcleos para propagar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, visando viabilizar e legitimar uma intervenção militar, por meio de ações de milícia digital”. A operação foi denominada pela Polícia Federal como “Tempus Veritatis”, que significa “hora da verdade” em latim.
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