Mais de 300 alunas e 12 funcionários da escola cristã St. Mary, no estado de Níger, no Noroeste da Nigéria, foram sequestrados nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, 21 de novembro. O caso se soma a uma sequência recente de raptos em massa na região.
De acordo com o pastor Bulus Dauwa Yohanna, presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN) no estado de Níger e proprietário da escola, cerca de 50 meninas, com idades entre 10 e 18 anos, conseguiram escapar entre sexta-feira e sábado. Segundo ele, permanecem em cativeiro 253 alunas, além de 12 integrantes da equipe escolar.
Em resposta ao episódio, o presidente nigeriano, Bola Tinubu, determinou a contratação de mais 30 mil policiais após reunião com chefes de segurança no domingo. Tinubu ordenou também a retirada de agentes de funções de proteção VIP para reforçar o policiamento em áreas remotas consideradas mais vulneráveis a ataques.
Autoridades nigerianas decidiram ainda fechar quase 50 colégios federais e diversas escolas públicas no Norte do país, atingindo mais de dez mil unidades de ensino. Fontes locais e parceiros da organização Portas Abertas afirmam que se trata do maior sequestro escolar já registrado na Nigéria. Comunidades foram orientadas a evitar viagens em grupo, diante da expectativa de novos raptos nas próximas semanas.
O ex-ministro da Informação, Jerry Gana, declarou que grupos armados responsáveis pela atual onda de sequestros podem estar utilizando crianças como “escudos humanos” após ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em declarações citadas pelo jornal local Punch, Gana sugeriu que o aumento repentino dos raptos estaria ligado ao temor de que esses grupos sejam alvo de ações de potências estrangeiras.
Reportagens locais, como a publicada pelo portal EDUGIST em 4 de fevereiro de 2024, apontam que a insegurança generalizada condena milhões de crianças ao analfabetismo, ao casamento precoce e à pobreza. Especialistas ligados à Portas Abertas avaliam que esse cenário facilita o recrutamento por grupos de militância islâmica, alimentando um ciclo de violência e opressão.
“Estamos profundamente entristecidos por esses últimos sequestros no Norte da Nigéria”, afirmou Jo Newhouse (pseudônimo), porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana. “Isso nos remete imediatamente ao sequestro das meninas de Chibok, do qual muitas jovens ainda estão em cativeiro”.
A porta-voz apelou às autoridades federais por uma resposta efetiva: “Pedimos ao governo nigeriano que faça tudo ao seu alcance para devolver estudantes e professores às suas famílias e garantir que as escolas sejam protegidas contra tais ataques”.
Newhouse acrescentou que o fechamento de escolas não pode ser visto como solução permanente. “Fechar escolas é uma medida de curto prazo. Todas as crianças devem ser livres e seguras para frequentar a escola e receber educação”, concluiu.









































