No último sábado (7), um evento religioso na cidade de Monfalcone, nordeste da Itália, reuniu quatro mil muçulmanos no Santuário Marcelliana e causou polêmica entre autoridades locais e líderes religiosos.
Durante a oração coletiva na “Festa do Sacrifício” — uma das principais celebrações do Islã — uma estátua de Jesus presente no local foi coberta com um pano, enquanto os muçulmanos gritavam “Allahu Akbar” (“Deus é grande”, em árabe).
Quatro mil muçulmanos se reuniram para orar no Santuário Marcelliana, um espaço pertencente à Igreja Católica que foi cedido como um gesto de abertura e paz, devido à falta de espaços para orações coletivas.
No entanto, durante a oração, uma estátua de Jesus que fica no local foi coberta com um pano. Após a imagem circular nas redes sociais, muitos manifestaram indignação, considerando o ato desrespeitoso ao espaço cristão onde ocorreu o evento.
A principal crítica veio de Anna Cisint, ex-prefeita de Monfalcone e representante da Liga Norte, um partido político italiano. Ela classificou o incidente como “um fato grave e inaceitável”.
“A Itália está continuamente regredindo e isso é um erro grave. Devemos trabalhar para trazer as pessoas de volta às igrejas em vez de entregar peças tão importantes ao Islã”, declarou Anna.
Em seguida, a ex-prefeita destacou que parte da Igreja Católica é responsável pelo ocorrido: “Trata-se de denunciar o declínio do cristianismo e da nossa civilização, legitimado por uma certa ideologia, inclusive dentro de uma parte do clero”.
Outros políticos, como o deputado Rossano Sasso, também da Liga Norte, reforçaram as críticas:
“Junto a minha indignação a da minha colega Anna Cisint, que denunciou este último incidente horrível. É hora de a Igreja, toda a Igreja, entender que isto não é diálogo entre religiões, mas submissão. Submissão a uma religião que nos considera infiéis e inferiores”.
Apesar do líder religioso, Dom Flavio concordar que ninguém deveria ter coberto a estátua de Jesus, ele afirmou em uma entrevista à emissora italiana RAI que ainda precisa verificar a veracidade da foto compartilhada nas redes sociais.
‘Cristianismo silenciado’
Por fim, a ex-prefeita Anna defendeu a criação de uma regulamentação formal do Islã na Itália: “É necessária uma regulamentação séria da religião islâmica, começando por um acordo formal com o Estado. Um acordo que falta não por responsabilidade do governo, mas pela ausência de interlocutores dispostos a reconhecer que, aqui, quem reina é a Constituição, e não o Alcorão”.
Enquanto isso, muitos cristãos manifestaram indignação nas redes sociais com o ocorrido. A jornalista judia Alessandra Almeida Chianelli Dutra, compartilhou no Instagram: “Cristianismo silenciado em pleno santuário italiano”.
E continuou: “Não se trata apenas de um gesto religioso: é um sinal claro de como a submissão cultural avança na Europa. Em nome de um multiculturalismo mal compreendido, cristãos vão sendo convidados ou coagidos a esconder seus símbolos, suas raízes, sua identidade”.
“Quando a tolerância vira capitulação, o próximo passo é o apagamento. E a Europa precisa decidir se quer mesmo seguir por esse caminho”, concluiu.