O estudo “Vai na fé! O impacto eleitoral do crescimento dos evangélicos”, realizado pela Mar Asset Management e divulgado em janeiro de 2024, apontou que alguns estados brasileiros já possuem maioria evangélica.
Segundo os dados, Rondônia, Amazonas, Espírito Santo e Acre se tornaram majoritariamente evangélicos, iniciando o cumprimento da tendência demográfica antecipada por outros estudos.
Enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retém os dados oficiais sobre religião coletados no Censo 2022, outras entidades têm se dedicado a produzir estudos a respeito desse segmento social.
De acordo com a Mar Asset Management, em 2022, a proporção de evangélicos era 52% em Rondônia e 50% no Amazonas. No Espírito Santo, o percentual era 47%, enquanto no Acre atingia 46%. Nesses estados, quando adeptos de outras religiões e até não-religiosos são computados, o percentual de evangélicos já representa a maioria.
A pesquisa projeta que em 2026, o número de estados de maioria evangélica subirá para oito, incluindo Amapá e Rio de Janeiro.
O levantamento também indica que, até 2026, a população evangélica no país atingirá 35,8%. Em termos regionais, a maior concentração de evangélicos será no Norte (48%) e Centro-Oeste (43%), seguidos pelo Sudeste (38%) e Sul (31%), enquanto o Nordeste terá o menor índice (29%).
Outro dado destacado foi a expansão do número de templos evangélicos no Brasil. Na última década, o total dobrou, ultrapassando 140 mil igrejas em 2023. A pesquisa aponta que cerca de 5 mil novas igrejas foram abertas anualmente e que essa expansão deverá continuar até 2026.
O estudo também analisou o impacto político do crescimento evangélico. Segundo os pesquisadores, essa população tem seguido uma posição política conservadora mais alinhada à direita. O economista Raphael Santos, que participou do estudo, afirmou que esses eleitores “votam alinhados com pautas conservadoras e ligadas a costumes”, evitando candidatos que defendam, por exemplo, o aborto.
A pesquisa destacou ainda que os evangélicos avaliam de forma mais positiva o governo Bolsonaro e de forma negativa o governo Lula. O levantamento apontou que essa diferença ficou evidente nas eleições desde 2018, quando a influência do voto evangélico se tornou mais expressiva no cenário eleitoral brasileiro.