Na última terça-feira (22), durante uma sessão no Tribunal do Nono Circuito Judicial da Flórida, nos Estados Unidos, o pastor Bill Curl perdoou o homem que assassinou sua esposa.
Ronald Davis, de 55 anos, espancou fatalmente Lucy Pat Curl em uma invasão domiciliar em janeiro. No julgamento, ele se declarou culpado do crime e foi condenado à prisão perpétua.
Na ocasião, Ronald, que admitiu ter matado a idosa de 85 anos, mudou sua declaração de inocência para culpada como parte do acordo judicial, dizendo à juíza Letícia Marques que era a coisa certa a fazer.
“O réu tirou de nós nossa matriarca. Minha esposa, feliz o tempo todo. Ela que mantinha nossa família unida”, relatou Bill em um depoimento ao tribunal, de acordo com a afiliada da NBC News, WESH 2.
Apesar da dor, o pastor disse sobre Davis: “Eu diria que para ele não temos nada além de perdão, amor, esperança de que sua vida tenha uma qualidade melhor e que um dia ele conheça Jesus”.
“Ele sabe o que fez. Obviamente, ele deveria ser punido, mas isso não invalida o perdão”, acrescentou.
Reagindo à decisão do pastor Curl de perdoar o assassino de sua esposa, a juíza disse a Davis: “Sr. Davis, raramente vejo graça neste tribunal, mas vi isso hoje do Rev. Curl. O senhor pode agradecê-lo por isso”.
Relembre o caso
Lucy foi internada depois que Davis a atacou brutalmente durante uma invasão à sua casa em 31 de janeiro.
O Departamento de Polícia de Orlando informou: “O marido da vítima chegou em casa e encontrou a esposa gravemente espancada dentro do veículo, na garagem, buzinando para pedir socorro. Ele imediatamente ligou para o 911”.
Curl contou à polícia que um homem entrou à força na casa do casal, atacou Lucy e fugiu do local. Logo depois, Davis foi encontrado dormindo dentro de um galpão em uma propriedade residencial a poucos quilômetros da casa do pastor.
Segundo a polícia, Davis foi libertado da prisão em junho de 2024, após cumprir uma pena de 15 anos por diversos crimes, incluindo invasão de domicílio com agressão física e lesão corporal, além de roubo.
Inicialmente, ele enfrentava acusações de invasão de domicílio com uso de arma de fogo, agressão agravada contra uma pessoa com mais de 65 anos que resultou em lesões graves, e também agressão agravada com arma de fogo.
Após a morte de Lucy, em 5 de fevereiro no Centro Médico Regional de Orlando, Davis foi acusado de homicídio em primeiro grau na prática de invasão de domicílio.
‘Ela tinha uma ótima saúde’
O pastor sênior da Primeira Igreja Batista de Orlando, David Uth, contou que Curl estava fazendo aconselhamento no Centro de Gravidez quando Lucy foi atacada em sua casa.
Conforme David, Lucy contou à polícia que ouviu uma batida na porta e, ao chegar, viu Davis, que alegou ser um agente de serviço comunitário. Quando ela pediu para ver sua identificação, ele fingiu que estava procurando o na carteira antes de invadir a casa e atacá-la.
“Ele a derrubou, entrou em casa e a agrediu várias vezes. Ela tinha 85 anos, mas tinha uma ótima saúde. Ela sobreviveu ao câncer três vezes”, contou David.
Durante o ataque, Lucy bateu o lado direito da cabeça em uma mesa de centro, o que causou lesões significativas ao seu cérebro.
“Os médicos fizeram alguns exames e constataram que havia uma hemorragia cerebral, mas estavam esperançosos de que talvez fosse possível operá-la para aliviar a pressão e lidar com a situação. Mas, quando fizeram o segundo exame, não havia mais jeito, e o neurocirurgião disse que não havia mais nada que pudéssemos fazer. Então, tudo o que ouviram é que ela não iria sobreviver”, disse David na época.
