Uma congregação evangélica em Magdalena, bairro popular de Lima, transformou seu quintal em uma clínica médica gratuita em julho de 2025. A iniciativa, coordenada pelos missionários Mary e Charlie Sell (Conselho de Missões Internacionais – IMB), mobilizou profissionais voluntários dos EUA e atendeu 561 pacientes em quatro dias.
Como resultado da união entre ação social e evangelismo, dezessete pessoas decidiram seguir o cristianismo durante os atendimentos.
A equipe multidisciplinar da clínica médica – incluindo farmacêuticos, enfermeiros e um fisioterapeuta – focou em idosos e refugiados venezuelanos sem acesso à saúde. A ação estava planejada para Magdalena e Jesus María (bairro onde o casal pretende fundar nova igreja).
Entretanto, autoridades locais fecharam a clínica médica em Jesus María após 24 horas, a pedido de uma associação de moradores. O episódio, paradoxalmente, ampliou o alcance: residentes da região interditada passaram a buscar atendimento em Magdalena.
Efeitos duradouros
Além dos cuidados médicos – como a distribuição de 300 óculos pelo técnico Simon –, o projeto gerou engajamento comunitário, fruto do reconhecimento local sobre a importância da iniciativa.
No domingo seguinte, dez novos visitantes compareceram ao culto, e uma mulher ingressou em estudo bíblico. Leonora, cadeirante atendida, tornou-se membro ativa da igreja, que mantém programas regulares: cultos dominicais, estudos infantis às quartas e encontros mensais de jovens e mulheres. “O discipulado feminino ajuda a superar traumas”, explicou Mary Sell.
Estratégia missionária
Rebekah, voluntária americana, destacou a reação de uma idosa: “Não acredito que vieram dos EUA para me cuidar. Isso não tem preço”.
O IMB reforçou o modelo de assistência médica como ferramenta evangelística: “A saúde abre portas que outras formas de missão não alcançam”, afirmou o órgão, citando a expansão dessa estratégia em regiões com restrições ao cristianismo.