Abdullah Ganji, ligado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e ex-editor de um jornal no país, afirmou que Israel teria utilizado “forças ocultas e sobrenaturais” na recente guerra dos 12 dias. A declaração foi feita em 10 de julho, por meio de sua conta na plataforma X, onde é seguido por mais de 150 mil pessoas.
Segundo Ganji, “um fenômeno estranho” teria marcado os doze dias de enfrentamento entre os dois países: “Após a recente guerra, algumas folhas de papel foram encontradas nas ruas de Teerã contendo talismãs com símbolos judaicos”, escreveu Ganji. Ele ainda acrescentou: “No primeiro ano da guerra em Gaza, também vazaram informações sobre Netanyahu se reunir com especialistas em ocultismo”.
Ganji não apresentou evidências adicionais para sustentar suas alegações. A publicação foi repercutida pelo site Iran International, com sede em Londres, que acompanha de perto o cenário político e militar do Irã.
Nos últimos anos, a liderança iraniana já havia mencionado práticas semelhantes. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou em ocasiões anteriores que “nações hostis”, incluindo os Estados Unidos e Israel, estariam usando “ciências ocultas” e “entidades espirituais” como ferramentas de guerra e espionagem. Essas declarações costumam ser divulgadas em contextos de tensões políticas ou militares.
Em resposta à publicação de Ganji, a conta oficial do Mossad no X — em versão farsi — ironizou a acusação. Na terça-feira (09 de julho), escreveu: “Usar drogas e conversar com gênios não são características desejáveis para alguém que lidera um país”.
A postagem do Mossad foi compartilhada por Waleed Gadban, conselheiro político da Missão Permanente de Israel na ONU, que adicionou uma legenda em farsi: “Jinn, gênios estão por toda parte”, acompanhada por um emoji de fantasma.
No contexto islâmico, os “jinn” são seres sobrenaturais mencionados no Alcorão e amplamente conhecidos na mitologia árabe. Conforme descrito na enciclopédia Britannica, eles são tidos como “criaturas paralelas aos humanos”, dotadas de livre-arbítrio, capazes de influenciar eventos e assumirem diversas formas. Como os humanos, os jinn seriam sujeitos à escolha entre o bem e o mal, enfrentando, portanto, consequências espirituais, de acordo com informações do Jerusalem Post.
O episódio se soma a uma série de trocas públicas de acusações entre Irã e Israel, frequentemente marcadas por linguagem simbólica, religiosa ou ideológica. O recente conflito mencionado por Ganji — cujo desdobramento durou do final de junho até o início de julho — envolveu ataques mútuos com drones e mísseis, e gerou preocupações internacionais sobre uma possível escalada regional.
پدیده ای عجیب!
بعد از جنگ اخیر چند برگ کاغذ در کف خیابان های تهران یافت شده که طلسم با نمادهای یهودی است.
در سال اول جنگ غزه نیز خبری از دیدار نتانياهو با متخصصان علوم غریبه درز شده بود.چند سال پیش مقام معظم رهبری گفته بودند کشورهای متخاصم و سرویسهای اطلاعاتی غربی و عبری از…
— عبدالله گنجی (@ab_ganji) July 9, 2025