O Partido Liberal (PL) formalizou nesta quinta-feira (31) a expulsão do deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (SP) após declarações do parlamentar em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e críticas públicas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A decisão foi comunicada em grupo interno de WhatsApp da legenda às 15h47. O episódio ocorre dois dias após o governo norte-americano incluir Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky Global (28/07), que prevê bloqueio de bens e restrições a indivíduos acusados de violações de direitos humanos.
Em entrevista à CNN Brasil na quarta-feira (30), Rodrigues afirmou: “As sanções contra o ministro são uma interferência inaceitável na soberania brasileira” e classificou Trump como “figura divisionista que atenta contra a democracia”.
Processo
Segundo o comunicado oficial do PL, repercutido pela Gazeta do Povo e subscrito pelo presidente nacional Valdemar Costa Neto, a bancada do partido pressionou pela expulsão:
“Antônio Carlos Rodrigues acaba de ser expulso. […] Atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho. Trump lidera o país mais forte do mundo. Precisamos de diplomacia, não de populismo barato.”
A decisão foi aprovada pela Executiva Nacional em reunião extraordinária às 11h desta quinta-feira, com base no artigo 17 do estatuto partidário, que prevê expulsão por “conduta contrária aos princípios programáticos”.
Contexto Político e Jurídico
A Lei Magnitsky Global, sancionada pelo Congresso dos EUA em 2016, permite sanções a indivíduos de qualquer nacionalidade;
Em 2025, o PL integra a base governista, com 232 deputados na Câmara;
Rodrigues ocupava a vice-presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
O deputado, agora, terá 30 dias para se filiar a outro partido sob pena de perda de mandato, conforme artigo 56 da Lei nº 9.096/1995. Em nota, Rodrigues declarou: “Mantenho minhas convicções. Defendi o Estado Democrático de Direito contra ataques externos”.
A expulsão ocorre em meio à visita oficial do chanceler brasileiro a Washington, marcada para 5 de agosto. Anteriormente, o mesmo parlamentar já havia sido criticado pelo pastor Silas Malafaia, que lembrou do seu vínculo com o ministro Moraes.
“Ele é amissíssimo do ditador da toga, Alexandre de Moraes. Está entendendo? Aí, a narrativa que ele usa, de tanto conviver com o PT, é porque ele foi ministro de Dilma, que ele aprendeu a construir narrativa mentirosa”, disparou o pastor em outra ocasião. Confira:
Amigo de Alexandre de Moraes, deputado afronta Malafaia e pastor responde