A ordem de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após os protestos realizados em diversas cidades no domingo, 03 de agosto, gerou reações intensas nas redes sociais, especialmente entre líderes religiosos.
Pastores evangélicos com grande influência nas redes sociais classificaram a decisão do sancionado Alexandre de Moraes como sinal de autoritarismo e questionaram a legalidade do processo.
O pastor Judiclay Santos, da Igreja Batista do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (RJ) publicou críticas diretas ao magistrado: “O simples advogado elevado ao cargo de ministro do STF está perdido. Cheio de empáfia e atolado no lamaçal do orgulho, Alexandre de Moraes opera como um ditador. A corda vai arrebentar e ele vai cair”.
Na mesma linha, o pastor e influenciador Yago Martins, ligado à Igreja Batista Maanaim, em Fortaleza (CE), escreveu: “Saudades de quando existiam direitos constitucionais no Brasil. Vale acabar com a democracia para prender o Bolsonaro, Alexandre de Moraes? Não existe mais processo legal? Como podem achar normal que alguém seja preso por usar as redes sociais?”.
O pastor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), também reagiu com preocupação sobre o que considera uma ameaça às liberdades fundamentais: “Você que acha bobagem e desnecessário lutar pela liberdade de expressão, saiba que o seu silêncio colabora pra que um dia além da liberdade de expressão, percamos a liberdade religiosa. […] Só tem um caminho a ser traçado: ‘impeachment de Alexandre de Moraes’”.
Entre os que fizeram alusão a outros episódios envolvendo o Judiciário, o pastor Ageu Magalhães, da Igreja Presbiteriana de Vila Guarani, em São Paulo (SP), afirmou: “Prisão de Bolsonaro = Cortina de Fumaça para a Vaza Toga 2. Google it”. A declaração faz referência à reportagem publicada por Michael Shellenberger, David Ágape e Eli Vieira Jr., que atribuem a assessores de Moraes desvios flagrantes de conduta durante sua presidência no Tribunal Superior Eleitoral, no contexto das eleições de 2022.
A reação também partiu de nomes fora do púlpito. O músico cristão e palestrante André Costa afirmou: “O silêncio do próprio STF diante dos flagrantes desmandos de Moraes compromete toda a casa”.
Parlamentares evangélicos usaram suas redes para expressar repúdio. O senador Magno Malta (PL-ES) declarou: “Vingança não é Justiça. Abuso de poder. Impeachment Moraes. Brasil refém”. Já o deputado federal e pastor Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, publicou: “Ditadura declarada: Bolsonaro preso em casa por ordem de Moraes. O que mais falta acontecer? Tentaram matá-lo. Perseguiram sua família. Proibiram-no de falar. Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso. Sem crime. Sem julgamento. Sem defesa. Isso não é justiça, é vingança política! Hoje, a história registrou: acabou a democracia no Brasil. Não há mais instituições, há tiranos com toga”.
Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre a decisão de Moraes que impôs a prisão domiciliar a Bolsonaro. A medida se seguiu às manifestações do dia 03 de agosto, que reuniram apoiadores do ex-presidente em diversas capitais do país.