O youtuber brasileiro Felca publicou um vídeo denunciando práticas ilegais envolvendo a exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais. O conteúdo, que já ultrapassa 27 milhões de visualizações, expôs casos e estratégias utilizados por criminosos para sexualizar menores e lucrar com esse material.
No vídeo intitulado “Adultização”, Felca citou o influenciador Hytalo Santos, com mais de 20 milhões de seguidores, como exemplo de uso indevido da imagem de adolescentes para gerar engajamento e monetização. Uma das vítimas foi a adolescente conhecida como Kamylinha, exposta desde os 12 anos em vídeos com trajes inapropriados e atitudes de conotação sexual.
Entre os registros mencionados, estão imagens da menor “rebolando no colo de outro menor de idade” diante de adultos que filmavam e aplaudiam. Felca também relatou que a adolescente se apresentava em eventos com público adulto, realizando danças sensuais em ambientes onde havia consumo de álcool e drogas.
As denúncias resultaram na abertura de inquérito policial e em investigações pelo Ministério Público do Trabalho da 13ª Região. Uma decisão judicial determinou a retirada das redes sociais de Kamylinha.
Redes criminosas online
Felca também detalhou que redes de pedófilos atuam de forma organizada em aplicativos de mensagens como o Telegram, compartilhando e comercializando material de abuso sexual infantil. Segundo ele, os criminosos exploram algoritmos para localizar fotos e vídeos aparentemente inofensivos, publicados por familiares, e os utilizam de forma criminosa.
Um estudo da SaferNet, divulgado em 2024, identificou mais de 1,25 milhão de brasileiros em grupos do Telegram dedicados à distribuição de pornografia infantil — prática tipificada como crime no Brasil e punida com prisão.
Alerta aos pais
Após a repercussão, a escritora cristã Vitória Reis publicou um vídeo com orientações para prevenir a exposição indevida de menores na internet. “Tudo que ele traz no vídeo é verdade e é importante que nós estejamos alertas”, afirmou.
Ela alertou que fotos de bebês apenas de fralda, imagens que evidenciem partes íntimas ou registros de crianças se alimentando de forma sugestiva podem ser alvo de criminosos. “Todas essas imagens atraem perfis para utilizar as fotos do seu filho. Veja bem, eu não estou falando que a sua criança está convidando ninguém, eu estou dizendo que infelizmente a mente dessas pessoas é completamente perversa”, disse.
Vitória ressaltou que é possível compartilhar momentos familiares sem colocar os filhos em situação de vulnerabilidade. “Nunca sabemos quem está do outro lado, não sabemos o que as pessoas podem fazer com esses vídeos. Nós não sabemos ainda o efeito dessa exposição toda na vida dos nossos filhos”.
Crítica à exploração
A escritora também criticou o uso de crianças como ferramenta de lucro online. “Criança não é brinquedo, não é produto e nós precisamos vigiar com isso. A internet não é lugar de criança, ela não deve estar preocupada em ficar produzindo conteúdo, preocupada com likes. Esse tipo de preocupação é danoso para a mente da criança e nós precisamos poupar os nossos filhos disso”.
Ao concluir, Vitória pediu orações pelo youtuber. “Ore pela vida e alma dele, porque só Deus sabe o que enfrentamos do lado de cá por levantar pautas como essa. Ele é uma voz muito relevante hoje, mas nós sabemos que também acabará sofrendo consequências”.