Ação conjunta entre PRF e BPFron revela rota de tráfico, prende suspeito e expõe desafios persistentes na fronteira.
Domingo (21) amanheceu com uma ação que mistura tensão, perigo e esperança: a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Rondônia, apreendeu mais de 130 quilos de drogas na BR-364, km 850, em Porto Velho. O volume, a fuga dos suspeitos e a prisão de um deles acendem o alerta para o tráfico que dribla as estradas do país, mas mostram também que o aparelho de segurança continua atuante.
A operação foi fruto de cooperação entre a PRF e o Batalhão de Polícia de Fronteira e Divisas (BPFron). Denúncias prévias serviram de pista, e a abordagem ao veículo se deu após suspeitas confirmadas pela troca de informações entre as instituições.
A ocorrência e os flagrantes
Ao ser abordado, o veículo teve o motorista e dois passageiros saindo correndo, abandonando o automóvel. Um dos fugitivos foi alcançado pelos agentes da PRF.
Na vistoria, foram encontrados:
- 113 tabletes de maconha, totalizando 117,350 kg
- 10,100 kg de skunk
- 3,100 kg de cocaína
O total de entorpecentes apreendidos soma, segundo os dados oficiais, cerca de 125 kg ou mais, dependendo do cálculo das frações. O homem detido tem 32 anos.
Consequências e encaminhamentos
O suspeito, o veículo usado e as drogas foram levados para a Polícia Judiciária em Porto Velho para os procedimentos legais. Ainda não há informações de que os outros dois ocupantes foram capturados.
Além disso, o caso reforça que muitas rotas de tráfico utilizam rodovias federais como a BR-364, que corta o estado e serve de ligação para áreas de fronteira. A presença de skunk: variedade potencialmente mais concentrada de maconha, mostra complexidade crescente nos tipos de drogas traficadas.
Desafios na fronteira e atuação policial
Rondônia, por sua localização estratégica, tem sido cenário frequente de grande volume de apreensões. Nos últimos meses, as forças de segurança do estado somaram mais de 10,5 toneladas de entorpecentes apreendidos de janeiro a julho de 2025, superando volumes de anos anteriores.
A operação em questão é mais um exemplo de como denúncias, inteligência e atuação integrada entre órgãos de segurança (PRF, BPFron, Polícia Judiciária) são fundamentais. Mas também expõe lacunas: rotas pouco fiscalizadas, fuga rápida ao visualizar fiscalização, e a questão de capturar todos os envolvidos, nem sempre isso acontece.
Reflexão final
Essa apreensão: pesada não só no peso da droga, mas no impacto que causa, não é só mais um número a entrar nas estatísticas. Ela revela o compromisso de quem enfrenta o tráfico, mesmo sabendo que a tarefa é grande, contínua e arriscada. Mas também revela que o combate exige mais: inteligência real, cooperação permanente e controle nas fronteiras.
Quando um único veículo carrega mais de uma centena de quilos de entorpecente, o prejuízo não é apenas para o crime, mas para toda a sociedade: nos custos da segurança, nos efeitos sociais do consumo, nas famílias que são atingidas. Que cada operação como essa sirva de alerta e de inspiração para que o Brasil não desista de resistir ao tráfico, por mais difícil que seja a estrada pela frente.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/Rondoniagora