A Coreia do Sul enfrenta novo desdobramento envolvendo figuras políticas e religiosas. Hak Ja Han, 82, viúva do reverendo Moon Sun-myung e líder da Igreja da Unificação, foi presa nesta terça-feira, 23 de setembro, em Seul, sob suspeita de participação em um esquema de suborno ligado à ex-primeira-dama Kim Keon Hee.
Segundo comunicado oficial, “o Tribunal do Distrito Central de Seul emitiu o mandado (de prisão) ao considerar que existe risco de manipulação de provas”. A Promotoria apresentou o pedido após interrogar Han na segunda-feira sobre o envio de presentes de luxo em 2022.
De acordo com a investigação, os itens — entre eles uma bolsa de grife e um colar de diamantes — teriam sido enviados para influenciar a então primeira-dama e favorecer seu marido, Yoon Suk Yeol, recém-eleito presidente à época. Após a decisão judicial, Han foi levada ao Centro de Detenção de Seul.
Em nota, a Igreja da Unificação declarou: “Aceitamos humildemente a decisão do tribunal. Vamos cooperar sinceramente com a investigação em andamento e com os procedimentos judiciais para estabelecer a verdade, e faremos o possível para aproveitar esta oportunidade para restabelecer a confiança em nossa igreja. Pedimos desculpas profundamente por causar preocupação”.
O caso não se limita a Hak Ja Han. A ex-primeira-dama Kim Keon Hee também foi presa e responde por acusações de suborno e manipulação do mercado de ações. O ex-presidente Yoon Suk Yeol encontra-se detido e é julgado por uma tentativa fracassada de decretar lei marcial em dezembro. Ele ainda é acusado de oferecer 100 milhões de wons (cerca de 72 mil dólares) a um parlamentar em troca de apoio político.
Igreja da Unificação
A Igreja da Unificação foi fundada em 1954 por Moon Sun-myung, que se autoproclamava a segunda vinda de Cristo. O movimento se expandiu para diversos países e está ligado a uma rede de negócios que inclui mídia, turismo e indústria alimentícia.
Desde a morte de Moon, em 2012, Hak Ja Han assumiu a liderança, mantendo influência religiosa e política. A organização enfrenta críticas recorrentes por sua estrutura interna, métodos de captação de fiéis e proximidade com figuras do poder.
A investigação segue em curso e deve ter novos desdobramentos nos próximos meses, à medida que a Justiça avalia provas e ouve envolvidos, de acordo com informações da CNN.
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