A Declaração de Westminster de 2025, assinada no fim de semana, foi apresentada com o propósito de proteger o debate público em torno de temas como liberdade de crença e consciência, sexo biológico, gênero e o valor da vida humana. O texto afirma que ignorar a herança cristã da Grã-Bretanha tem trazido consequências sérias.
Segundo a declaração, “algumas das escolhas feitas pelo Parlamento e outras autoridades sobre a natureza da vida humana, relacionamentos familiares, educação sexual nas escolas, cuidados no fim da vida e o uso e desenvolvimento de novas tecnologias estão tendo consequências sérias”.
O documento acrescenta: “Ao ignorar a herança cristã da Grã-Bretanha, colocamos em risco a vida humana, enfraquecemos a sociedade e criamos uma nação fragmentada, desligada de suas tradições formativas e sem uma visão unificadora para seu futuro. Nós nos opomos, portanto, a qualquer tentativa de subordinar a liberdade religiosa às demandas de grupos ativistas ou políticos que buscam afirmar seu domínio”.
Entre os presentes no lançamento estava Fiona Bruce, ex-enviada especial do governo para a Liberdade de Religião ou Crença. Ela declarou que há uma “batalha espiritual” no centro da política britânica e incentivou que mais cristãos participem da vida política, especialmente em debates como o da morte assistida. Segundo ela, caso mais jovens cristãos entrem no Parlamento, “não apenas conterão essa onda de liberalismo e progressismo, mas também poderão ver os princípios cristãos trazidos de volta à sociedade, e a sociedade transformada”.
O ex-bispo de Rochester, monsenhor Michael Nazir Ali, afirmou ao Premier Christian News que já havia ocorrido uma declaração semelhante em 2010, mas que uma nova era necessária para tratar de questões atuais. “Há novas oportunidades, coisas boas acontecendo, mas também há questões preocupantes”, disse. Ele citou como exemplo a legislação sobre suicídio assistido, atualmente em debate no Parlamento, que, segundo ele, preocupa cristãos que atuam na área médica e em outros setores.
Nazir Ali mencionou ainda as discussões sobre o futuro do casamento e da família, a legislação sobre aborto com possibilidade de ocorrer até o final da gestação, e o impacto da inteligência artificial, vista com entusiasmo por alguns e receio por outros.
O ex-jornalista da BBC Robin Aitken, responsável por sediar a conferência, declarou que espera que a iniciativa leve o país de volta ao cristianismo. “O que está em jogo hoje é nada menos que a recristianização da Grã-Bretanha… Se isso parece ambicioso, é porque é. Nunca houve e nunca haverá um modelo melhor para o florescimento e a felicidade humana do que as regras estabelecidas para nós pelo próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo”.
O objetivo dos organizadores é alcançar pelo menos 100 mil assinaturas em apoio à declaração.