Operação Hubris cumpre 17 mandados de prisão e mira rede que atuava com violência, corrupção e tráfico no Vale do Jamari.
Quando a criminalidade rompe barreiras e atravessa instituições que deveriam zelar pela lei, a sensação de insegurança se espalha com ainda mais força. Foi esse cenário que motivou uma grande operação deflagrada nesta quinta-feira (2) em Rondônia, revelando ligações sombrias entre facções, servidores públicos e até um advogado apontado como articulador das ações criminosas.
A operação que sacudiu o Vale do Jamari
A Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Militar, cumpriu 17 mandados de prisão temporária e 10 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara de Garantias de Porto Velho. Batizada de Operação Hubris, a ação teve como foco desarticular uma organização criminosa que vinha impondo medo e violência na região do Vale do Jamari.
As investigações revelaram uma rede hierarquizada e estruturada, formada por membros da facção, policiais militares, policiais penais e outros investigados. Entre os crimes atribuídos ao grupo estão homicídios, tráfico de drogas, corrupção, tortura e receptação.
Advogado e servidores entre os investigados
De acordo com as apurações, J. N. S., que se apresentava como advogado, é suspeito de ser um dos principais articuladores do esquema, responsável por coordenar comunicações e determinar ações da facção. A suspeita também recai sobre servidores públicos que, aproveitando-se de suas funções, teriam facilitado atividades ilícitas tanto dentro quanto fora do sistema prisional.
Entre os alvos estão lideranças da facção já presas, mas que, mesmo atrás das grades, mantinham influência sobre as ações externas através de comunicações clandestinas.
Novas provas e desdobramentos
A operação também resultou na apreensão de documentos, celulares, computadores e outros materiais que vão reforçar as investigações e ajudar na responsabilização penal dos envolvidos. Equipes especializadas da Polícia Civil atuaram em Ariquemes e Monte Negro para dar cumprimento às diligências.
Um alerta sobre confiança e instituições
O caso expõe, mais uma vez, o quanto o crime organizado é capaz de corroer estruturas e fragilizar a confiança da sociedade em suas instituições. A cada operação como esta, surge também a esperança de que a verdade venha à tona e de que os responsáveis sejam punidos com rigor. Mas, acima de tudo, fica o chamado à reflexão: a justiça só se fortalece quando quem deveria protegê-la não se curva às sombras.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/G1 – Globo