Elon Musk aderiu a uma mobilização de críticos da Netflix que decidiram cancelar suas assinaturas, após acusações de que a plataforma estaria promovendo ideologia de gênero em produções voltadas ao público infantil.
Na manhã de quarta-feira (01 de outubro), o CEO da Tesla publicou em sua conta na rede X, onde possui mais de 226 milhões de seguidores: “Cancelem a Netflix pela saúde dos seus filhos”. A declaração foi feita após a conta LibsofTikTok criticar a plataforma por exibir produções que, segundo a página, abordariam questões de identidade de gênero direcionadas a crianças.
Um dos exemplos citados foi o filme Moranguinho e a Fera de Berry Bog, que apresenta um personagem masculino usando roupas femininas. Também foi mencionada a série O Clube das Babás, que mostra uma personagem contestando a equipe médica de um hospital por “escolher o gênero” de uma criança e exigindo que tratassem um menino como menina.
Outros títulos criticados incluem Transformers: A Centelha da Terra – Earthspark e Guardiões da Mansão do Terror. Nesta última produção, o protagonista Barney Guttman se identifica como transgênero em um dos episódios. O criador da série, Hamish Steele, também foi alvo de polêmica por publicações feitas em redes sociais após a morte do comentarista conservador Charlie Kirk.
This goes way beyond cancelling Netflix
This is you fighting back and taking a stand
This is you saying this is what happens when you come after my kids
This is what you get when you force this insanity on us
This is you declaring, I’m done with the crap
Enough is enough
Go… pic.twitter.com/wBAfYdV7S6
— X Freeze (@amXFreeze) October 1, 2025
Musk compartilhou trechos do conteúdo e afirmou que a Netflix estaria incentivando “crianças transgênero”. Steele respondeu em sua conta pessoal: “É tudo mentira e calúnia! A Netflix NÃO está promovendo no momento!”. De acordo com a revista Variety, a série foi cancelada em 2023, mas todos os episódios continuam disponíveis na seção Netflix Kids.
A controvérsia mobilizou figuras políticas. A deputada Marjorie Taylor Greene escreveu no X: “Absolutamente repugnante!! A Netflix está incutindo ideologia de gênero e propaganda ‘não binária’ nas crianças”. Ela destacou ainda o projeto de lei que apresentou, denominado Lei de Proteção à Inocência das Crianças, que criminaliza cirurgias e tratamentos hormonais em menores de idade. Já o congressista Tim Burchett (Partido Republicano) publicou imagens de um episódio do programa infantil Cocomelon, no qual aparecem dois pais gays, classificando-o como “demoníaco”.
Centenas de usuários compartilharam capturas de tela confirmando o cancelamento de suas assinaturas. O jornalista James Esses afirmou em sua conta no X: “A propaganda transgênero não está apenas escondida nos bastidores da Netflix. Eles estão ativamente promovendo isso aos usuários”.
Musk tem histórico de críticas à pauta LGBTQ. Em 2024, revelou que autorizou um de seus filhos a iniciar tratamento com bloqueadores de puberdade e afirmou ter sido “enganado”. Em entrevista concedida ao psicólogo canadense Jordan Peterson, declarou que o “vírus woke” havia “matado” o filho, com quem não mantém contato, e chamou o uso de pronomes preferenciais de “pesadelo estético”.
Com a repercussão negativa, as ações da Netflix registraram queda pelo quarto dia consecutivo. Até o momento, a empresa não se pronunciou oficialmente.