Um episódio recente envolvendo o pastor sul-africano Joshua Mhlakela reacendeu o debate sobre o discernimento de profecias no meio cristão, com destaque para o que na teologia cristã é conhecido como alerta sobre falsos profetas.
Mhlakela havia fixado os dias 23 e 24 de setembro como data para o retorno de Cristo, previsão que não se cumpriu. O caso levou seguidores a tomar medidas radicais, como pedidos de demissão e venda de propriedades.
O pastor Helio Carnassale, mestre em Ciências da Religião e consultor em Liberdade Religiosa, analisou o ocorrido à luz dos parâmetros bíblicos para avaliação de mensagens proféticas. Ele citou Joel 2:28, que prevê manifestações proféticas, mas ressaltou a necessidade de submeter qualquer pretensa revelação ao “teste bíblico”.
Critérios de Avaliação Profética
Carnassale enumerou quatro critérios fundamentais baseados nas Escrituras para a identificação dos falsos profetas:
Conformidade com revelações anteriores: “Isaías 8:20 estabelece que o profeta deve falar segundo a lei e o testemunho. Nenhuma profecia pode contradizer o que já foi estabelecido na Bíblia”, explicou. Ele destacou que, uma vez que Jesus afirmou em Mateus 24:36 que apenas o Pai conhece o dia de Sua volta, qualquer tentativa de marcar datas viola este princípio.
Cumprimento factual: “Jeremias 28:9 determina que a profecia genuína deve cumprir-se”, acrescentou. Previsões não realizadas invalidam-se por si mesmas.
Conduta coerente: “Mateus 7:15-16 orienta a avaliar os frutos na vida do profeta. Sua conduta deve refletir a mensagem que profere”.
Centralidade em Cristo: “Primeira João 4:1 adverte para provar os espíritos. O verdadeiro profeta sempre aponta para Cristo como único Salvador”.
Perspectiva Escatológica Adequada
O especialista, segundo a revista Comunhão, enfatizou que a expectativa da volta de Cristo deve gerar esperança, não ansiedade. “João 14:1-3 registra as palavras de Jesus: ‘Não se turbe o vosso coração’. Sua volta representa o momento em que os fiéis serão recompensados com a vida eterna”.
Quanto ao preparo para este evento, Carnassale foi direto: “João 15:4 instrui: ‘Permanecei em mim’. A melhor preparação consiste em manter comunhão com Cristo através do estudo bíblico e da oração”, e não dar ouvidos aos falsos profetas que, normalmente, buscam atrair atenção e conquistar benefícios através de palavras falsas.
O caso do pastor sul-africano serve como alerta sobre a importância do discernimento nas questões escatológicas, reforçando que especulações sobre datas específicas contradizem explicitamente os ensinamentos neotestamentários. Veja:
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