Há dois anos, em 07 de outubro de 2023, combatentes do Hamas invadiram Israel, mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251. Passado esse período, aumentou a pressão internacional para que Israel encerre a ofensiva contra o Hamas.
O ex-soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) que se identifica como “Irmão Y”, judeu que professa fé em Jesus e serve no Global Catalytic Ministries, avalia que parte desse cenário decorre da cobertura da mídia.
Segundo ele, a imprensa “tem sido quase unânime na pressão contra Israel”. O Irmão Y afirma que, com frequência, “você verá imagens de soldados israelenses com armas, sem entender o que estão fazendo” e que, “quase 100% das vezes você vê a população sofrendo”.
Para ele, esse recorte “torna fácil perder o senso crítico” ao reagir apenas à emoção: “Graças a Deus, as pessoas têm um coração e se guiam pelas emoções que Deus lhes dá. Mas isso pode realmente distorcer a visão da realidade e do que está acontecendo”.
O conflito produziu um alto número de vítimas em Gaza. O Ministério da Saúde palestino, administrado pelo Hamas, alega que houve mais de 67 mil mortos. O Irmão Y diz que esses números “partem o coração, especialmente como pessoas de fé”. Ele acrescenta que também há dor em Israel: “Posso dizer que parte o coração do meu povo Israel, que ainda não é seguidor do Messias. Há uma grande tristeza, muitas discussões, muitos protestos. ‘Vamos tentar encontrar uma maneira melhor de fazer isso’”.
Em setembro de 2025, um inquérito das Nações Unidas anunciou a conclusão de que Israel cometeu genocídio em Gaza. O Irmão Y rejeita essa acusação. “Em todas as cidades controladas pela Autoridade Palestina, não há judeus”, afirma. “Em Israel, há cerca de 2 milhões de árabes vivendo com plenos direitos, diferentemente de qualquer outro país do Oriente Médio. Eles têm pleno direito ao voto e ao protesto. Portanto, não há apartheid. Não há genocídio. Há dois anos, um genocídio poderia ter ocorrido em uma semana, se quiséssemos, com o armamento que Israel possui”.
Ele diz falar de forma direta porque conversa com pessoas que, segundo relata, mudaram de posição em relação a Israel. “[Eles] costumavam apoiar — em geral, não tudo”, observa. “Nem eu apoio tudo o que meu governo faz. Mas [muitos] geralmente apoiariam Israel, mas agora viraram as costas, principalmente por causa da lavagem cerebral da mídia”.
O Irmão Y ressalta que o inimigo de Israel é o Hamas, não os palestinos. Ele lembra que a carta original do grupo, de 1988, embora revisada posteriormente, previa a aniquilação de Israel. Cita também um estudo publicado online pela Cambridge University Press que analisou o ataque de 07 de outubro de 2023 e concluiu que as ações do Hamas atendem aos critérios de genocídio previstos no direito internacional.
Em sua perspectiva de fé, o Irmão Y afirma que há um Messias a quem recorrer em meio ao sofrimento. “O servo sofredor do Senhor, que veio ao nosso sofrimento humano e disse: ‘Não se trata de quem está certo, nem de vocês, nem dos seus inimigos, nem das pessoas do outro lado. É ‘estamos todos errados’. Todos nós pecamos contra o Deus poderoso. Deus estendeu a mão e nos perdoou, Seus antigos inimigos, e nos tornou amigos e membros da família de Deus’”.
Ao ouvir essa mensagem, um judeu israelense perguntou ao Irmão Y se seria possível uma mudança de coração após tanta dor: “Por mais incrível que esta mensagem pareça, você realmente acha que corações podem mudar? Pessoas que sofreram tanto em ambos os lados podem, de repente, largar suas armas e dizer: ‘Sim, eu vejo este Messias sangrando. Eu vejo o servo sofredor do Senhor’?”. O Irmão Y respondeu: “Tenho visto isso repetidamente, que mesmo quando não temos respostas, olhamos para Yeshua, que sofreu, e Ele mesmo nos chama, Ele nos chama para receber Seu coração e, sobrenaturalmente, Ele nos permite perdoar ambos os lados”.
Ele relata que essa foi a sua própria história de mudança e menciona o testemunho de Corrie ten Boom como referência compartilhada em conversa com um amigo. Independentemente das posições sobre a guerra entre Israel e o Hamas, ele pede oração pelos envolvidos. “Orem por justiça e retidão. Orem por mais liberdade de informação, porque isso é muito importante. Informação e educação, mesmo como estão, podem gerar diálogo”, diz.
“Orem pelos obreiros que estão semeando as sementes do evangelho. Orem para que o fogo, o poder do evangelho, realmente sopre sobre essas pessoas que estão saindo, porque eu creio que, eventualmente, esta é a única esperança”, conclui o interlocutor, de acordo com informações do Mission News Network.