O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 389 milhões pertencentes ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), e a seus dirigentes. A decisão foi proferida na terça-feira, 14, no âmbito de uma ação judicial que corre sob sigilo. A informação ganhou ainda mais repercussão por ser ligada ao irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O processo em questão é o mesmo que fundamentou a operação da Polícia Federal (PF) realizada na quinta-feira, 9. A investigação apura um suposto esquema de descontos irregulares aplicados em benefícios previdenciários administrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Entre os dirigentes do Sindnapi está o vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, que é irmão do presidente da República. As investigações da PF indicam a possibilidade de que a entidade tenha participado de fraudes envolvendo a inserção de informações falsas em sistemas governamentais, além de suspeitas de organização criminosa e ocultação de patrimônio.
Na qualidade de relator do processo no STF, o ministro André Mendonça autorizou o cumprimento de 66 mandados de busca e apreensão. As diligências foram concentradas em unidades federativas incluindo São Paulo, Distrito Federal, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.
No decorrer da operação, foram apreendidos pelos agentes R$ 135 mil em espécie, 27 veículos – entre os quais modelos das marcas Ferrari, Porsche, BMW, Audi e Mini Cooper –, uma arma de fogo, 30 relógios – com valores estimados de até R$ 100 mil por unidade –, além de aparelhos celulares e computadores portáteis.
Sindnapi defende sua atuação e nega irregularidades
Em nota oficial, o porta-voz do Sindnapi, Marco Piva, afirmou que “o sindicato está muito tranquilo em relação a esse processo” e destacou os 25 anos de história da entidade.
A defesa do Sindnapi rejeitou qualquer envolvimento em atividades criminosas e afirmou que irá comprovar a legalidade de toda a atuação do grupo. Os advogados manifestaram “repúdio” às acusações e sustentaram que todos os descontos realizados junto aos associados estavam em conformidade com a lei.
“O Sindnapi comprovará a lisura e a legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos”, consta em trecho da nota divulgada. Com: Oeste.