O papa Leão XIV, atual líder da Igreja Católica, autorizou o uso de uma sala de oração para muçulmanos dentro do Vaticano, segundo confirmação recente de uma autoridade eclesiástica. A informação foi divulgada pelo portal Independent Sentinel, que descreveu a revelação como resultado de uma “observação casual”, e não de um anúncio oficial ou comunicado à imprensa, como é habitual nas decisões da Santa Sé.
Durante entrevista concedida ao jornal italiano La Repubblica, o cardeal Giascomo Cardinali, vice-prefeito da Biblioteca Apostólica do Vaticano, confirmou a medida. “É claro que alguns estudiosos muçulmanos nos pediram uma sala com um tapete para rezar, e nós a cedemos a eles”, declarou o religioso.
A decisão ocorre em um contexto de crescentes iniciativas de diálogo inter-religioso promovidas pelo Vaticano. Apesar disso, o gesto provocou reações divergentes entre fiéis e analistas religiosos. O Independent Sentinel observou que o reconhecimento público do cardeal gerou “uma onda de comentários críticos — não apenas pelo que foi oferecido, mas também pelo local onde foi oferecido”. Segundo o relatório, a sala de oração foi instalada na Biblioteca Apostólica do Vaticano, espaço de grande valor histórico e simbólico para o catolicismo.
O mesmo relatório destacou que, embora muitos considerem o gesto “um sinal de abertura e cooperação religiosa”, outros enxergam “uma confusão entre missão e identidade”. O texto também incluiu críticas ao papa, mencionando que ele “se envolveu politicamente” em seu pontificado, ao comentar questões migratórias e criticar políticas de controle de fronteiras adotadas pelos Estados Unidos.
O Independent Sentinel acrescentou ainda que o papa “apoia a recepção de migrantes muçulmanos em países ocidentais”, mas ressaltou que “a Cidade do Vaticano ainda não acolheu islâmicos migrantes”. O relatório também reproduziu opiniões de comentaristas que afirmam não ver problema na iniciativa “se o gesto fosse recíproco”, em referência à transformação de antigas igrejas europeias em mesquitas e à perseguição de cristãos em algumas regiões de maioria islâmica.
A Santa Sé não divulgou comunicado oficial sobre a criação da sala de oração nem sobre sua finalidade específica, mas fontes ligadas à Biblioteca Apostólica afirmam que o espaço foi destinado a visitas acadêmicas e religiosas de representantes muçulmanos, em um gesto simbólico de diálogo e respeito interconfessional.