O pastor Eduardo de Oliveira Santos, de 45 anos, foi morto por uma bala perdida durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, zona norte do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 20 de outubro.
Segundo informações do comando da PM, a ação tinha como objetivo reprimir a atuação de traficantes que haviam incendiado barricadas para impedir o avanço das viaturas policiais. Durante a operação, houve intenso confronto armado, e o pastor acabou atingido nas costas enquanto andava de bicicleta pelo local.
A origem do disparo ainda não foi identificada. Eduardo chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu aos ferimentos.
O sobrinho da vítima, Marcus Vinícius, relatou que não houve socorro imediato por parte dos agentes. “Eu gritei: ‘É baleado! É morador baleado!’”, afirmou em entrevista ao portal G1. Segundo ele, foi a própria família quem retirou o pastor do local. “A bala comendo, e ele baleado no chão. Deu uma trégua, a gente conseguiu pegar ele e botar dentro do carro. Não deu tempo. Chegamos aqui e foi tarde demais”, contou.
Marcus explicou que só conseguiu se aproximar do tio depois de se abrigar em uma loja por causa da intensidade do tiroteio. “Se fôssemos antes, certamente seríamos atingidos também”, acrescentou.
Além de pastor, Eduardo trabalhava como pintor e pedreiro. Ele não morava no Complexo do Chapadão e havia ido à comunidade para visitar a irmã. “É triste, cara. Ele era um homem de Deus, um amigo, um homem guerreiro, trabalhador demais”, lamentou Marcus. “Só quem sofre é o inocente, só quem sofre é o morador. Então, a gente pede justiça, a gente pede paz”, completou.
Protesto e investigação
Na tarde do mesmo dia, moradores organizaram um protesto na Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira, que liga os bairros de Anchieta e Pavuna, pedindo investigação sobre a origem do disparo que matou o pastor. Durante a manifestação, algumas linhas de ônibus precisaram ser desviadas.
Em nota, o comando do 41º Batalhão da Polícia Militar informou que foi instaurado um procedimento interno para apurar as circunstâncias da morte de Eduardo de Oliveira Santos e determinar de onde partiu o tiro que o atingiu.