Morris H. Chapman, ex-presidente da Convenção Batista do Sul (SBC) e uma das figuras centrais do Ressurgimento Conservador dentro da denominação, morreu aos 84 anos, na segunda-feira, 20 de outubro, poucas semanas antes de completar 85, segundo informou o Baptist Press.
Chapman também presidiu o Comitê Executivo da SBC, função que exerceu por 18 anos, entre 1992 e 2010, e foi reconhecido por seu papel em fortalecer a cooperação missionária e administrativa da convenção.
O atual presidente do Conselho Consultivo da SBC, Jeff Iorg, lamentou a morte do líder e destacou sua contribuição à denominação. “Morris Chapman liderou com paixão e integridade. Ele foi um defensor da cooperação e da nossa missão global”, afirmou. “Foi um amigo que me encorajou por muitos anos, inclusive após minha eleição como presidente do Comitê Executivo. Nós o honramos e oramos por sua família neste momento de perda”.
O ex-presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da SBC, Dr. Richard Land, que conviveu com Chapman por décadas, também prestou homenagem. “Morris era um homem de coragem e convicção e, ao mesmo tempo, buscava ser um reconciliador. Ele e sua esposa, Jodi, foram um grande trunfo para os batistas do sul”, declarou em nota ao The Christian Post.
O pastor Benjamin Cole, conhecido nas redes sociais como The Baptist Blogger, destacou o legado de integridade de Chapman em declaração ao Baptist News Global: “Ele será lembrado com carinho como um lastro confiável durante períodos de recuperação teológica e realinhamento institucional”, afirmou. “Era uma fonte de integridade pessoal inquestionável e estabilidade administrativa quando seus irmãos mais precisavam dela. E, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, quanto mais me aproximava dele, mais eu via que se parecia com Jesus. Sentirei muita falta dele.”
Vida e ministério
Nascido em 28 de novembro de 1940, Dia de Ação de Graças, em Kosciusko, Mississippi, Morris Chapman formou-se no Seminário Teológico Batista do Sudoeste (SWBTS), onde obteve mestrado em Divindade e doutorado em Ministério.
Ele pastoreou diversas igrejas, incluindo a Primeira Igreja Batista de Wichita Falls, no Texas, entre 1979 e 1992, uma das congregações mais influentes da convenção.
Chapman foi uma das vozes mais proeminentes do Ressurgimento Conservador, movimento que marcou a história da SBC ao restaurar uma interpretação bíblica ortodoxa e confessional em resposta a correntes teológicas liberais. Em 1990, foi eleito presidente da Convenção Batista do Sul, derrotando um candidato moderado — tornando-se o último representante do movimento conservador a disputar diretamente um cargo presidencial na denominação. Um ano depois, foi reeleito sem oposição.
Legado
Durante sua gestão no Comitê Executivo da SBC, Chapman foi um defensor do Programa Cooperativo, mecanismo que financia os ministérios nacionais e internacionais da denominação. Sob sua liderança, o programa registrou crescimento de 44% nas receitas orçamentárias, alcançando, entre 2007 e 2008, um recorde de US$ 548,2 milhões em doações às convenções estaduais, segundo o Baptist Press.
Chapman se aposentou em 2010, após quase duas décadas de serviço na administração denominacional. Em um culto realizado no Seminário do Sudoeste, exatamente três anos antes de sua morte, ele compartilhou um testemunho sobre sua vocação ministerial. “Nosso único objetivo é levar outros a conhecer Jesus como nós O conhecemos”, disse aos presentes.
Ele recordou como resistiu ao chamado pastoral no início de sua jornada. “Eu disse a Deus desde o começo que não podia pregar. E sabe o que Deus fez? Ele disse: ‘Bem, filho, vamos dar uma olhada nisso. Acho que vou te chamar para pregar’”, contou com humor.
Encerrando o relato, Chapman resumiu sua fé em termos simples: “Eu confiava Nele talvez 99%, mas não tinha certeza. Mas Ele é fiel. Sou um exemplo vivo de como Deus pode pegar o comum e fazer com ele o incomum.”