O técnico do Boston Celtics, Joe Mazzulla, de 35 anos, afirmou que sempre quis se tornar diácono e que tem “lutado com Deus” para manter o equilíbrio entre a busca por vitórias nas quadras e a gratidão por tudo o que já conquistou.
As declarações foram feitas durante o podcast Godsplaining, apresentado pelo padre Joseph-Anthony Kress, no início de outubro.
Diaconato
Ao ser questionado sobre seus planos futuros, Mazzulla respondeu: “Acabei de me tornar elegível para ser diácono, algo que sempre quis fazer”. Na Igreja Católica, o diaconato é um ministério ordenado que permite batizar, conduzir orações, celebrar casamentos e realizar funerais, estando disponível para homens com 35 anos ou mais.
O técnico explicou que, apesar do sucesso, enfrenta uma luta interior entre a ambição profissional e a humildade espiritual. “Será que fico ganancioso e quero mais?”, refletiu. “Como encontrar esse equilíbrio entre desejar vencer e continuar grato pelo que Deus já me deu?”
Mazzulla afirmou temer se tornar, no futuro, como o “jovem governante rico” mencionado nos Evangelhos — alguém apegado aos bens terrenos. “Meu maior medo é acordar daqui a dez anos e perceber que a vida passou sem que eu estivesse disposto a abrir mão dos meus tesouros”, disse.
Busca por equilíbrio
O padre Kress concordou, dizendo que “uma das maiores tensões da vida cristã é desapegar-se das coisas terrenas, sem deixar de desfrutar das bênçãos que Deus concede”. Ele acrescentou que Deus “nos chama à excelência, mas sem que nos tornemos escravos dela”.
“É exatamente onde me encontro espiritualmente”, respondeu Mazzulla. “É um estado difícil de estar, mas necessário.”
Criado em uma família católica, o técnico contou que, quando criança, via sua identidade no basquete, e não na fé. A perda de um ano de carreira universitária devido a uma lesão o levou a refletir sobre o vazio espiritual que buscava preencher com o esporte. “Você não percebe o quanto está tentando suprir seu vazio espiritual com coisas mundanas”, disse. “Quando perdi o basquete, percebi que estava substituindo o relacionamento com Cristo por sucesso e desempenho.”
Mazzulla aconselhou outros atletas a não definirem seu valor apenas por suas conquistas. “Confiem no que Deus diz sobre vocês. Seu valor e seus dons vão além da capacidade temporária de desempenho atlético”, declarou, ressaltando que o sucesso “não é eterno e não dura para sempre”.
O treinador destacou que o esporte pode ser um instrumento de testemunho cristão, mas que “a identidade em Cristo deve vir antes do resultado nas quadras”.
Expressão de fé
Não é a primeira vez que Mazzulla fala abertamente sobre sua fé. Durante as finais da NBA de 2024, quando foi perguntado sobre a presença de dois técnicos negros nas equipes finalistas e sobre o papel dos treinadores negros na liga, respondeu: “Eu me pergunto quantos deles são técnicos cristãos”, indicando que sua identidade em Cristo é mais determinante do que a cor da pele.
Após a vitória do Celtics, Mazzulla apareceu usando uma camiseta com a frase: “Mas primeiro… Deixe-me agradecer a Deus”. Em entrevistas, descreveu a fé como “a coisa mais importante da vida” e afirmou acreditar que “Deus nos colocou aqui por um motivo”.
De acordo com o The Christian Post, o treinador encerrou a conversa no podcast refletindo sobre sua jornada de fé e propósito: “Quero servir a Deus em tudo o que faço — dentro e fora da quadra”.









































