Crime brutal ocorreu em 2022 no Garimpo Bom Futuro; penas chegam a 33 anos de prisão em regime fechado.
A Justiça de Rondônia condenou três homens acusados de torturar e assassinar com extrema crueldade o vigilante Juscelino da Silva Jacques, em um crime que chocou a região de Ariquemes. O homicídio ocorreu em 13 de agosto de 2022, no Garimpo Bom Futuro, e as sentenças foram proferidas após dois dias de julgamento, realizados nos dias 6 e 7 de novembro deste ano.
A decisão, obtida pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO) por meio do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ), fixou penas de 33, 31 e 29 anos de reclusão, todas em regime fechado. A Justiça reconheceu o crime como homicídio triplamente qualificado, praticado por motivo torpe, com uso de meio cruel e de forma a impossibilitar a defesa da vítima.
Rivalidade e violência extrema
De acordo com o processo, Juscelino havia chegado há pouco tempo ao garimpo e trabalhava como vigilante de uma mineradora. O local era marcado por conflitos entre vigias e garimpeiros conhecidos como requeiros.
Na véspera do Dia dos Pais, enquanto estava em um bar, Juscelino foi abordado e agredido pelos três homens, que se incomodaram com sua presença. A vítima foi colocada à força em uma caminhonete e levada até a margem do rio Candeias, onde sofreu uma sessão de tortura brutal: teve parte da orelha quase decepada, o pescoço cortado e o abdômen aberto com uma facada, o que levou à exposição das vísceras.
Em seguida, o corpo foi arrastado e lançado nas águas do rio, sendo encontrado apenas no dia seguinte por um pescador da região.
Justiça e dor que permanecem
Os promotores de Justiça Tereza de Freitas Maia Cotta e Marcus Alexandre de Oliveira Rodrigues atuaram na acusação, garantindo que os responsáveis fossem condenados.
Embora a decisão judicial traga um sentimento de justiça, a brutalidade do crime deixa marcas profundas. A história de Juscelino, um trabalhador que buscava recomeçar a vida, termina como um lembrete doloroso de como a violência e a intolerância ainda corroem laços humanos e transformam conflitos em tragédias irreparáveis.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação







































