Nos Evangelhos, Jesus Cristo é frequentemente lembrado como o acolhedor, o manso e o que estende a mão. Ele próprio afirmou: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:29-30).
Ainda assim, há passagens que revelam uma dimensão mais exigente de sua mensagem — um chamado à firmeza e à coerência. O escritor e apologista Robin Schumacher analisa três declarações de Jesus que, segundo ele, “devem nos fazer ficar de pé, firmes”. Cada uma delas fala sobre fé, identidade e prática, e continua a desafiar cristãos do século XXI.
Ou frutifica, ou seca
Schumacher inicia com a metáfora da videira, na qual Jesus afirma: “Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Assim como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vocês não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Eu sou a videira; vocês são os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada” (João 15:4-5). Em seguida, Jesus acrescenta: “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; e os apanham, lançam-no no fogo e são queimados”.
“Ele está dizendo: ‘Eu ou o inferno; você escolhe’”, resume o autor. Para Schumacher, o trecho lembra que o vínculo com Cristo é essencial — não apenas simbólico, mas vital. O cristão é chamado a viver em dependência constante, e não apenas a manter práticas religiosas. Permanecer em Cristo significa ter uma fé viva, que se expressa em cuidado, convivência e testemunho.
Identidade de Cristo
A segunda afirmação destacada vem de João 8:24: “Por isso eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados; porque, se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados.” O apologista observa que esta declaração traz duas implicações centrais: a consequência da rejeição de Cristo e a revelação de sua identidade divina.
Schumacher enfatiza que a frase “Eu Sou” remete ao nome de Deus no Antigo Testamento, e alerta para o perigo das versões distorcidas de Jesus — “imitações” que reduzem sua autoridade a um ideal moral ou figura cultural. Seguir Cristo, explica ele, não é apenas adotar um estilo de vida religioso, mas reconhecer quem Ele é em essência: Senhor e Salvador. Essa compreensão leva o cristão a revisar crenças, valores e práticas que muitas vezes derivam mais da tradição social do que da convicção espiritual.
Fé e obediência real
Por fim, o autor aborda a advertência de Mateus 7:21-23: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” Schumacher relata ter crescido em ambiente cristão, conhecendo os ensinamentos, mas sem compromisso verdadeiro. Ele cita o puritano Matthew Mead, que descreve o “quase cristão” — alguém que parece crente, mas cuja vida não reflete obediência.
O texto sugere uma reflexão prática: a fé autêntica se manifesta no cotidiano, nas relações familiares, no trabalho, na forma de tratar os outros. “De que adianta professar uma religião de aparência se não houver amor, serviço e coerência?”, questiona o autor.
Viver com coerência
Schumacher afirma que essas três passagens não pretendem gerar culpa, mas despertar consciência. Elas convidam à sinceridade e à revisão de prioridades — seja na vida pessoal, familiar ou comunitária. Permanecer em Cristo, compreender sua verdadeira identidade e obedecer de modo concreto são desafios permanentes.
As palavras de Jesus, segundo o autor, podem parecer duras, mas são expressões de amor e propósito. Elas apontam para um caminho de profundidade, e não de superficialidade. A proposta é que cada cristão examine sua própria vida: “Em que área meu ramo está secando? Quem é o Jesus que estou seguindo? Minha fé é apenas palavra ou obediência real?”
No centro da reflexão, Schumacher conclui seu artigo publicado no The Christian Post que o convite de Cristo continua o mesmo: permanecer Nele, produzir frutos e viver uma fé que transforma. O chamado é exigente, mas a promessa permanece: ninguém caminha sozinho.







































