A mais recente exposição do Museu da Bíblia, intitulada “Manuscritos do Mar Morto: A Exposição”, apresenta algumas das cópias mais antigas de fragmentos bíblicos. O diretor de marketing do museu, Matthias Walther, afirma que a proposta é oferecer ao público, inclusive a pessoas não religiosas, a oportunidade de reavaliar suas percepções sobre a Bíblia.
“Quando você vem aqui, você vê os documentos originais. Você volta à fonte”, disse Walther, durante uma prévia da mostra, antes da inauguração no fim de semana. Ele afirmou esperar que a experiência leve os visitantes a questionar antigas suposições: “E todas as teorias que você tem sobre ‘Será que isso é verdade?’, ‘Será que isso não é verdade?’ e ‘Posso confiar na Bíblia ou não?’, espero que isso seja um passo para dizer: ‘Nossa, tem algo aí que eu preciso descobrir’. ‘Talvez eu precise fazer minha lição de casa e identificar todas as ideias preconcebidas que eu tinha sobre este livro. Talvez elas não sejam verdadeiras?’”.
A exposição é fruto de uma parceria entre a Autoridade de Antiguidades de Israel e a empresa Running Subway e será aberta ao público no sábado. Três conjuntos de fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto serão exibidos em rodízio, em três períodos: de novembro a fevereiro, de fevereiro a maio e de maio a setembro.
Na primeira etapa, os visitantes poderão ver, entre outros, os fragmentos “4Q7 Gênesis(g)”, “11Q10 Targum Jó”, “4Q83 Salmos(a)”, “4Q210 Enoque Astronômico(c)”, “4Q434 Barkhi Nafshi(a)”, “4Q491 Manuscrito da Guerra(a)”, “Comentário Escatológico A” e “11Q20 Manuscrito do Templo(b)”.
Na segunda rotação, estarão expostos “11Q5(a) Salmos (Fragmentos do Rolo dos Grandes Salmos)”, “4Q27 Números(b)”, “4Q111 Lamentações”, “4Q264 Regra da Comunidade(j)”, “4Q448 Salmos e Orações Apócrifos”, “4Q274 Tohorot A (Purezas)”, “4Q400 Salmos A Não Canônicos” e “4Q530 Livro dos Gigantes(b)”. Na fase final, serão exibidos “4Q58 Isaías(d)”, “4Q197 Tobias(b)”, “4Q130 Filactérios C”, “4Q534 Nascimento de Noé(a)”, “4Q218 Jubileus(c)”, “4Q275 Cerimônia Comunitária”, “4Q258 Regra Comunitária(d)” e “4Q271 Documento de Damasco(f)”.
Walther afirma que a visita pode não resultar em uma adesão de fé, mas, em sua visão, tende a gerar maior respeito pela importância histórica do texto bíblico. “Talvez você não termine a leitura se tornando um crente, mas acho que certamente criará uma reverência e um respeito pelo que este livro representa, pelo poder que ele possui e por como transcende o tempo”, declarou.
Os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos em 1947 por pastores beduínos em cavernas de Qumran, próximas ao Mar Morto. A coleção reúne manuscritos que datam aproximadamente do século III a.C. ao século II d.C. e inclui partes da Bíblia Hebraica, além de textos que refletem crenças e práticas judaicas do período do Segundo Templo.
Walther também comentou a controvérsia ligada a uma exposição anterior do museu sobre os Manuscritos do Mar Morto. Na ocasião, acreditava-se que 16 fragmentos exibidos eram autênticos, mas, após pesquisas financiadas pelo próprio museu, foi anunciado em 2018 que cinco deles eram falsificações. Em 2020, pesquisadores independentes concluíram que todos os 16 fragmentos eram, na verdade, peças modernas falsificadas.
Sobre a nova mostra, Walther afirmou que o museu tem “total confiança” na autenticidade dos manuscritos agora expostos, destacando o envolvimento direto da Autoridade de Antiguidades de Israel. “Eles são a autoridade em tudo o que é arqueológico em Israel”, disse. “Portanto, eles fazem a descoberta, a escavação, a preservação e a exibição dos artefatos que encontram. Portanto, não existe autoridade superior em termos de integridade desses documentos”.
Além dos Manuscritos do Mar Morto, a exposição inclui cerca de 200 artefatos provenientes da coleção de Tesouros Nacionais de Israel, administrada pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Entre eles estão fragmentos de cerâmica com inscrições de Massada e um invólucro de pergaminho de Qumran. O Museu da Bíblia é, atualmente, o único local na Costa Leste dos Estados Unidos onde esses itens podem ser vistos presencialmente.
Outros destaques mencionados pelo museu são a Pedra de Magdala, um bloco esculpido com símbolos como uma menorá de sete braços, descoberto em 2009 em uma sinagoga do primeiro século na região da Galileia, e fragmentos de madeira de um barco de pesca do mesmo período, localizados no Mar da Galileia durante uma seca em 1986. Conhecido popularmente como “Barco de Jesus”, o achado é utilizado para ilustrar como poderiam ser as embarcações mencionadas no Novo Testamento.
“Esta exposição foi possível graças à nossa estreita parceria com a Autoridade de Antiguidades de Israel. Ela reúne algumas das descobertas arqueológicas mais importantes da história da humanidade”, afirmou Bobby Duke, diretor de curadoria do Museu da Bíblia, em comunicado enviado ao The Christian Post. “É uma oportunidade incrivelmente rara e única de ver as cópias mais antigas de fragmentos bíblicos ao lado de muitos outros artefatos que nos ajudam a compreender melhor o mundo bíblico”, acrescentou.









































