O mais recente fenômeno na música gospel internacional é uma criação de inteligência artificial: Solomon Ray, que conquistou o primeiro lugar na lista dos 100 álbuns cristãos mais vendidos na plataforma iTunes. Esse “cantor” é, na verdade, uma experiência gerada por IA que obteve grande sucesso. Mas como essa inovação pode impactar a indústria musical no futuro?
Lançado há menos de um mês, Solomon Ray já conta com mais de 74 mil seguidores nas redes sociais e tem mais de 480 ouvintes mensais no Spotify. Seu álbum “A Soulful Christmas” inclui faixas como Soul to the World e Jingle Bell Soul.
O perfil do artista virtual no Spotify descreve-o da seguinte forma: “Cantor de soul feito no Mississippi, trazendo um renascimento da alma do sul para o presente. Seus discos são quentes e analógicos, com letras sobre fé, família, redenção e vida real. Com uma voz como veludo desgastado e uma cadência de contador de histórias, ele canta como se estivesse testemunhando por experiência própria: parte convicção de domingo de manhã, parte coragem de sábado à noite”.
Esse fenômeno gerou discussões no mercado, levando a plataforma a divulgar um comunicado prometendo maior proteção contra falsificação de identidade para artistas. A Meta, dona do Facebook e Instagram, também expandiu suas políticas de moderação de conteúdo por IA. Contudo, como isso afetará o futuro da música gospel?
Para Isaías Bueno, gerente da Gravadora Novo Tempo, a inteligência artificial é uma realidade que traz inovações. Embora essas mudanças possam causar estranhamento inicial, ele acredita que é essencial equilibrar a tecnologia com o lado humano e espiritual. “A IA é uma ferramenta para contribuir, não para substituir a missão e o humano. Os cantores de IA estão aí, mas devemos protestar e bloquear ou analisar as razões, ficar atentos às tendências do mercado e do público e nos prepararmos para isso?”, questiona Bueno.
Ele acredita que quem souber equilibrar tecnologia e humanidade se sairá fortalecido: “A IA não é o fim de tudo, mas uma oportunidade de fazer as coisas de novas maneiras. Ela pode otimizar processos e ser uma ferramenta para que produtores e ouvintes simulem e testem ideias. Mas a apresentação ao vivo, o contato com o público, é com o artista, sempre! A IA nunca substituirá a emoção desse momento, portanto, vejo-a como uma ferramenta de apoio, não um substituto”, enfatiza Bueno, de acordo com a revista Comunhão.
Além disso, o gerente da NT destaca que a questão espiritual é o grande diferencial em relação à IA. “A Inteligência Artificial como uma ferramenta para apoiar a missão, e não como algo que prejudique a espiritualidade, é fundamental. Com equilíbrio, ela pode ajudar a alcançar mais pessoas sem perder o foco. A IA pode alcançar lugares e pessoas que os meios tradicionais não atingiriam. Por isso, insisto no equilíbrio e na atenção às tendências como fundamentais”, conclui.









































