Uma iniciativa missionária da Igreja Adventista do Sétimo Dia, realizada entre julho e agosto, promoveu atividades evangelísticas e sociais em comunidades indígenas do povo Xerente, no Tocantins. O projeto, denominado “Missão Calebe”, envolveu jovens voluntários que percorreram diversas aldeias.
As ações incluíram a realização de cultos, estudos bíblicos e a prestação de serviços de saúde. Na aldeia Karêhu, uma equipe de doze dentistas voluntários executou procedimentos como limpeza, restauração e cirurgia dentária.
Um dos momentos marcantes foi a cerimônia de batismo realizada em um rio dentro de uma das aldeias. O pastor Jeconias Neto Lopes, líder da juventude adventista no estado, compartilhou um vídeo no Instagram que mostra o batismo de adolescentes indígenas. Em sua fala, proferida em português e repetida na língua xerente, ele declarou:
“Como ministros do Evangelho, nós os batizamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Entre os batizados estava um jovem com deficiência, que foi auxiliado pelo pastor e por outro voluntário durante o ritual de imersão.
Ao todo, a Missão Calebe no Tocantins registrou 50 batismos, realizados tanto em aldeias Xerente quanto em áreas urbanas da região. O projeto é uma iniciativa anual da Igreja Adventista que mobiliza jovens para atividades de voluntariado e evangelização durante o período de férias escolares.
Contexto ampliado
A ação no Tocantins insere-se em um esforço missionário mais amplo e historicamente relevante em toda a Amazônia Legal. A atuação evangélica nessa região, que engloba o estado do Amazonas, frequentemente assume um caráter integral, atendendo a populações isoladas que enfrentam dupla vulnerabilidade: a distância geográfica e a precariedade infraestrutural no acesso a serviços básicos.
Muitas dessas iniciativas buscam estabelecer uma ponte entre a mensagem espiritual e uma presença social concreta, fornecendo assistência médica, educacional e apoio logístico em comunidades ribeirinhas e indígenas.
A importância desse trabalho transcende a esfera religiosa, contribuindo para a formação de redes de apoio e identidade em locais com pouca presença do Estado.
No Amazonas, onde a dispersão populacional e a diversidade cultural são marcantes, projetos missionários muitas vezes se adaptam às realidades locais, promovendo a alfabetização, a preservação cultural e até a geração de renda sustentável. Essa abordagem visa não apenas à conversão religiosa, mas à promoção do desenvolvimento humano, criando um vínculo de confiança e um canal de diálogo intercultural que pode ser vital para o bem-estar de comunidades tradicionalmente negligenciadas.








































