Um caso de homicídio duplo registrado no último sábado, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, está sob investigação da Polícia Civil do Paraná sob a suspeita de intolerância religiosa, uma vez que ambas as vítimas eram “crentes” em Deus.
As vítimas foram identificadas como Claudecir Costa Lima, 52 anos, e seu filho, Felipe Willyan Cardoso, 17 anos. O principal suspeito, Paulo Cesar da Silva, vizinho da família, se entregou na delegacia da cidade na terça-feira.
De acordo com o relato policial, o dia do crime foi precedido por Paulo Cesar praticando tiro ao alvo. No período noturno, ele dirigiu seu caminhão até a residência das vítimas. Após chamar as vítimas à porta, retornou ao veículo, pegou uma espingarda e efetuou os disparos.
O primeiro tiro atingiu Claudecir. Felipe, que se aproximou de uma janela ao ouvir os ruídos, foi atingido em seguida. Outros familiares que estavam no interior da casa não foram feridos.
Em entrevista à emissora Ric Record Paraná, Rosimari Costa Lima, esposa de Claudecir e mãe de Felipe, descreveu os momentos finais do filho. “Quando eu agarrei ele, eu vi que ele não tinha força… Quando eu vi, a camiseta dele estava cheia de sangue. Fiquei com ele até o final, mas ele foi rápido”, relatou.
Ela também afirmou ter questionado a esposa do suspeito, que estaria no portão durante o ataque. A resposta, segundo seu depoimento, foi: “ele não gostava da gente porque nós éramos crentes”.
Histórico de Conflitos e Investigação
O delegado Fábio Machado, responsável pelo caso, confirmou a existência de relatos de que o suspeito nutria animosidade contra a família por serem evangélicos. No entanto, ressaltou que a motivação de intolerância religiosa ainda não foi oficialmente confirmada como a causa do crime, permanecendo sob apuração.
Em seu depoimento, Paulo Cesar alegou que mantinha desavenças antigas com Claudecir, citando irritação com o estacionamento de veículos próximo à sua chácara. O delegado Machado ponderou sobre a alegação: “Por um motivo sem razoabilidade alguma, ele executou as vítimas. Não é razoável que uma pessoa atire contra outra somente pelo fato de estacionar um veículo”.
A investigação apurou um incidente anterior ocorrido há aproximadamente dois anos e meio, quando a família se mudou para o local. Rosimari relatou que Paulo Cesar invadiu a propriedade e atirou no cachorro da família, matando-o. Testemunhas informaram à polícia que, a partir desse episódio, as vítimas passaram a temer o suspeito e cortaram qualquer contato.
Paulo Cesar da Silva foi autuado e permanece à disposição da Justiça. Ele deve responder pelos crimes de homicídio qualificado, tendo como agravantes o motivo fútil e a impossibilidade de defesa das vítimas. O inquérito policial continua em andamento para apurar todas as circunstâncias e motivações do crime.







































