O governo alemão encerrou sua participação na Conferência do Clima (COP30), realizada em Belém, sem anunciar contribuições financeiras ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), também conhecido popularmente como “fundo climático”.
O mecanismo, uma iniciativa brasileira administrada em parceria com o Banco Mundial, tem como objetivo principal canalizar recursos para a conservação de florestas tropicais em diversos países.
A proposta do fundo climático prevê a captação de US$ 25 bilhões de governos nacionais e US$ 100 bilhões de investidores privados. Os recursos seriam aplicados em títulos de renda fixa de economias emergentes, com parte dos rendimentos destinada a financiar projetos de preservação ambiental.
De acordo com fontes diplomáticas citadas pelo portal UOL, a Alemanha manifestou reservas quanto à estrutura da iniciativa, apontando riscos financeiros e a necessidade de ajustes para garantir segurança aos potenciais doadores ao fundo climático.
O chanceler Friedrich Merz participou da Cúpula dos Líderes, evento que antecedeu a conferência principal, e deixou o território brasileiro sem assumir compromissos financeiros. O Reino Unido também optou por não aderir ao fundo neste momento.
Expectativas iniciais de articuladores brasileiros incluíam um anúncio de aporte durante o almoço de lançamento da iniciativa, na quinta-feira, 6 de novembro. Diante da não concretização, havia expectativa de um sinalização durante o encontro bilateral entre o chanceler Merz e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira seguinte. A reunião terminou sem anúncios concretos.
As críticas europeias concentram-se no desenho econômico do fundo. O economista alemão Max Alexander Matthey, pesquisador da área, alertou que o modelo depende de retornos financeiros anuais de aproximadamente 8%, patamar considerado elevado. Segundo a proposta, 4% seriam pagos aos investidores e 3% destinados a projetos florestais.
Críticos do fundo climático argumentam que a projeção é excessivamente otimista para mercados emergentes voláteis. O professor Aidan Hollis, da Universidade de Calgary no Canadá, tem reforçado publicamente esses alertas em artigos acadêmicos ao longo do ano. Com: Oeste.









































