Naima, nome fictício adotado por razões de segurança, vive em um país da Ásia Central onde a maioria da população é muçulmana. Ela se converteu ao cristianismo e foi batizada secretamente em abril, após enfrentar perseguição religiosa e dificuldades pessoais, incluindo um histórico de infertilidade.
Duas semanas após o batismo, ela testemunhou o que considera um milagre: descobriu que estava grávida, após mais de dois anos de tentativas frustradas.
A história foi relatada pela organização cristã Portas Abertas, com sede no Reino Unido, que acompanha casos de cristãos perseguidos em todo o mundo. De acordo com a missão, Naima mantinha sua fé em sigilo, frequentando uma igreja doméstica que a apoiou em sua decisão de seguir Jesus. “Foi um momento significativo, ela não podia fazê-lo abertamente, devido aos perigos de represálias de sua comunidade, mas ela se uniu à celebração com sua igreja local”, informou a entidade.
Na cultura de sua região, a infertilidade feminina é vista como motivo de vergonha. Naima relatou que sofria rejeição dentro da própria família: “Meu marido e eu tentávamos ter filhos há mais de dois anos. Fizemos muitos exames, mas nada adiantou. Foi doloroso. Eu me sentia envergonhada e indigna. Tanto minha família quanto meus sogros me tratavam com desrespeito”, afirmou.
O contexto social torna a pressão para gerar filhos ainda mais intensa. Conforme informações da Missão Portas Abertas, em algumas comunidades da Ásia Central, é considerado socialmente aceitável que um homem abandone a esposa caso ela não possa ter filhos. Apesar dessas pressões, Naima permaneceu firme em sua fé recém-descoberta e compartilhou com sua comunidade cristã seu desejo de ser batizada e de constituir uma família.
“Meu marido é muçulmano, mas há um ano me tornei seguidora de Jesus. Na minha igreja secreta, compartilhei meu desejo de ser batizada. Também continuei a orar fervorosamente para engravidar”, relatou. Em abril, mesmo com os riscos de retaliações, Naima foi batizada em uma cerimônia restrita. “Apesar de tudo, foi um momento de pura alegria”, declarou.
Duas semanas após o batismo, Naima recebeu a notícia de sua gravidez: “Eu não conseguia acreditar. Fiz vários exames e fui ao médico para ter certeza, e era verdade!”, contou. Ela classificou o acontecimento como um milagre e afirmou que sua vida mudou profundamente desde então. “Minha fé se fortaleceu, e todos ao meu redor viram como Jesus me sustentou. Louvado seja o Senhor”, concluiu.
A história de Naima é mais um exemplo dos desafios enfrentados por cristãos ex-muçulmanos em países da Ásia Central, onde a conversão religiosa pode gerar represálias familiares, sociais e até legais. Mesmo sob risco, muitos continuam firmes na fé e testemunham mudanças que atribuem à ação de Deus em suas vidas.