A Arquidiocese de São Paulo determinou a suspensão das transmissões ao vivo das missas da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, zona leste da capital, onde atua o padre Júlio Lancellotti. A medida também inclui a interrupção temporária das atividades do sacerdote nas redes sociais. O anúncio foi feito pelo próprio padre durante a missa do 3º Domingo do Advento, no último domingo (14).
Conhecido nacionalmente pelo trabalho junto à população em situação de rua, padre Júlio informou aos fiéis que não realizará mais as transmissões das celebrações pela internet, prática que mantinha regularmente. Após a missa, ele agradeceu às equipes envolvidas nas transmissões e fez um breve pronunciamento ao público. Em uma das falas, declarou: “Mesmo que a gente fique sem ar, vai aparecer um tubo de oxigênio”, em referência ao que definiu como o amor de Deus.
Dias após o anúncio, diante da repercussão e de boatos sobre uma possível transferência, o sacerdote divulgou uma nota para esclarecer que permanecerá à frente da paróquia. “Não procede a informação sobre a transferência da Paróquia São Miguel Arcanjo”, afirmou. Ele também reiterou que as missas presenciais seguem normalmente, todos os domingos, às 10h.
Segundo informações divulgadas por pessoas próximas ao padre, a orientação para a suspensão das transmissões e das redes sociais teria partido diretamente do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. O próprio padre declarou que recebeu a decisão “com resiliência e obediência”.
Em nota, a Arquidiocese de São Paulo confirmou a suspensão das transmissões e informou que a restrição às redes sociais ocorre durante um “período de recolhimento temporário”. O órgão também destacou que “eventuais questões tratadas entre arcebispo e padre dizem respeito ao âmbito interno da Igreja e são conduzidas diretamente entre eles”.
Padre Júlio Lancellotti é uma das figuras mais conhecidas da Igreja Católica no Brasil, com forte presença pública e atuação voltada à defesa e assistência de pessoas em situação de vulnerabilidade. Seu trabalho já foi alvo de críticas e ataques de setores conservadores e de políticos ligados à direita. Em 2024, chegou a ser alvo de uma tentativa de abertura de CPI na Câmara Municipal de São Paulo, iniciativa que não avançou.
Até o momento, não há prazo definido para a retomada das transmissões das missas ou das atividades do padre nas redes sociais.
Folha Gospel com informações de BBC Brasil e CNN Brasil







































