Um ataque terrorista deixou ao menos 20 mortos e cerca de 50 feridos na Igreja Mar Elias, localizada no bairro de Douweila, em Damasco, na tarde de domingo, 22 de junho. Segundo autoridades da Síria, o agressor abriu fogo contra os fiéis durante um culto, por volta das 17h, horário local, e em seguida detonou um colete explosivo dentro do templo.
Em comunicado à emissora britânica BBC, o Ministério do Interior da Síria afirmou: “O agressor entrou na Igreja Mar Elias durante um culto e abriu fogo com uma arma antes de detonar um colete explosivo”. A pasta acrescentou que o autor do atentado era vinculado ao grupo jihadista Estado Islâmico, embora “não houve nenhuma reivindicação imediata do próprio grupo”, segundo as autoridades.
Ainda de acordo com informações obtidas pela organização cristã Portas Abertas, uma fonte de segurança sob condição de anonimato confirmou que dois homens participaram do atentado, incluindo o responsável pela explosão.
Ataques a outras igrejas
Outras igrejas também foram alvo de atentados em diferentes regiões da Síria no mesmo horário. Em Douweila, um homem-bomba atacou o Mosteiro Deir Ibrahim al-Khalil. Em Maqsura, também em Damasco, explosivos foram colocados na entrada da Igreja de Nossa Senhora.
Nas cidades de Homs e Hama, fiéis relataram tiroteios direcionados a templos cristãos. Segundo relatos locais, atiradores cercaram igrejas e abriram fogo contra os presentes. Em várias dessas igrejas, foram encontrados folhetos com a frase: “Sua vez está chegando”.
Ainda conforme informado pela BBC, esta foi a primeira vez que igrejas foram alvos de ataques terroristas em Damasco e outras regiões da Síria desde a deposição do ex-presidente Bashar al-Assad, ocorrida em dezembro de 2024. Assad foi removido do poder após avanços de forças rebeldes em Damasco.
Promessas de proteção
O atual presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, é líder do grupo islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que teve vínculos anteriores com a Al-Qaeda na Síria.
Segundo a BBC, “o presidente interino Ahmed al-Sharaa — cujo grupo islâmico sunita, Hayat Tahrir al-Sham (HTS), é um antigo afiliado da Al-Qaeda na Síria — prometeu repetidamente proteger as minorias religiosas e étnicas”.
Apesar dessas promessas, o país tem enfrentado uma nova escalada de violência com motivação sectária. Nos últimos meses, ao menos duas ondas de ataques foram registradas contra minorias religiosas, incluindo cristãos e alauítas, segundo fontes locais e internacionais, segundo informações do The Christian Post.