Um total de 415 atos de agressão contra igrejas foram documentados nos Estados Unidos entre janeiro e dezembro de 2024, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira, 12 de agosto, pelo Family Research Council (FRC), organização de defesa de valores cristãos sediada em Washington.
O estudo “Hostilidade contra Igrejas nos Estados Unidos” identificou ocorrências em 43 estados, afetando 383 templos religiosos.
Os incidentes de agressão contra igrejas, apurados por meio de registros oficiais, reportagens jornalísticas e fontes abertas, incluem vandalismo (284 casos), incêndio criminoso ou suspeita (55), ameaças com armas de fogo (28), ameaças de bomba (14) e agressões físicas (47).
Embora o número total seja inferior aos 485 registrados em 2023, permanece acima da média anual observada entre 2018 e 2022. Desde 2018, o FRC contabiliza 1.384 episódios do tipo.
Destaques por Categoria:
Armas de Fogo: Casos saltaram de 12 (2023) para 28 (2024). Incluem:
Um homem que apontou arma para o pastor da Igreja Jesus’ Dwelling Place (Pittsburgh, PA) durante culto.
Disparos contra a porta da Igreja Católica de Santo Agostinho (São Francisco, CA), com fiéis no interior.
Mulher que feriu duas pessoas na Igreja Lakewood (Houston, TX) antes de ser morta pela polícia.
Vandalismo e Roubos: Responsável por 68% dos registros. Exemplos:
Igreja Batista Bethel (Portland, OR) sofreu ataques repetidos, incluindo químicos de extintores.
Primeira Igreja Cristã (Brenham, TX) teve 15 janelas destruídas por pedras e tijolos.
Furtos de fiação de cobre e unidades de ar-condicionado causaram prejuízos de até US$ 100 mil, como na Igreja de Cristo de North Peoria (OK).
Incêndios Criminosos:
Igreja AME Zion (Athens, TN) teve telhado e interior destruídos; secretária da congregação foi assassinada.
Culto Believer’s Joy (Jacksonville, FL) incendiado por mulher que recebera apoio da igreja.
Quatro igrejas de Ohio foram destruídas em quatro meses, possivelmente por mesmo autor.
Contexto e Motivações:
O relatório assinala queda na frequência a cultos (menos de ⅓ da população, segundo Gallup) e redução de “entendimento comum sobre o significado dos templos”.
As motivações variam: roubo (39%), vandalismo sem motivo claro (28%), questões ideológicas (15%) e distúrbios mentais (11%). Incidentes com temática antiaborto caíram de 11 (2023) para 2 (2024); casos anti-LGBTQ+ diminuíram de 42 para 33.
Distribuição Geográfica e Temporal:
Califórnia liderou com 40 ocorrências, seguida por Pensilvânia (29), Flórida e Nova York (25 cada), Texas (23), Tennessee e Ohio (19 cada).
Junho teve o pico (22% dos casos), com concentração de incidentes ligados a pautas LGBTQ+. Setembro a novembro registraram os menores índices.
Tony Perkins, presidente do FRC e ex-líder da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, afirmou: “A liberdade religiosa enfrenta ameaças substanciais domésticas”. Ele defendeu “esforços em todos os níveis de governo para proteger este direito”, cobrando maior rigor na investigação e prevenção.
O estudo ressalta que os casos de agressão contra igrejas geram impactos financeiros, emocionais e operacionais, com congregações de menor porte enfrentando dificuldades para reparar danos e garantir segurança. Com informações: The Christian Post.