Uma rede de microigrejas em Nebraska, EUA, já reúne dezenas de organizações seguindo esse modelo de reunião cristã, que tem crescido especialmente em pequenas localidades.
“Microigrejas não são uma ideia nova; elas estão presentes no Novo Testamento desde o começo”, diz a organização. “Uma microigreja é uma forma de adoração e comunidade cristã menor, mais íntima e descentralizada.”
As microigrejas se reúnem sob a orientação de igrejas estabelecidas. Um exemplo é a comunidade de Ewing, com uma população de 373 pessoas. Nos últimos dez anos, Mark Hoffman pastoreou a Igreja do Evangelho Pleno de Ewing, afiliada às Assembleias de Deus, com uma média de 32 frequentadores aos domingos.
Assim como centenas de outras comunidades fundadas por fazendeiros e pecuaristas, Ewing é uma localidade remota. Desde o início, Hoffman reconheceu os desafios que as congregações das AD enfrentam em áreas tão vastas.
Plantação de igrejas
O conceito de microigrejas surgiu na tese de Hoffman como um modelo de plantação de igrejas que, embora tenha sido testado em áreas urbanas e suburbanas, também atende às necessidades espirituais das áreas rurais e outras.
“Uma microigreja é a forma mais simples de igreja – você tira a sobrecarga”, diz Hoffman, de 51 anos, que lançou a Rural Nebraska Micro-Church Network.
Ele explica que uma microigreja varia em tamanho de três a 20 pessoas, tornando-se mais íntima do que uma igreja tradicional. Muitas vezes, não possui um local de reunião definido, sendo as salas de estar os locais mais comuns.
Como uma comunidade missional, os membros da microigreja se comprometem com posturas e práticas em suas vidas cotidianas comuns que os ajudam a discernir e participar da missão de Deus exatamente onde vivem.
Família espiritual
Assim como um grupo bíblico doméstico, uma microigreja é uma família espiritual estendida que proporciona uma comunidade mais pessoal e unida. No entanto, Hoffman ressalta que uma microigreja não é exatamente a mesma coisa.
“Em vez de ser apenas um grupo de estudo bíblico, uma microigreja se envolve ativamente em viver o Evangelho e estabelecer novas comunidades de crentes”, diz ele.
“Embora muitas vezes se reúna em lares, é uma comunidade orientada por missões focada em discipulado, evangelismo e multiplicação.”
Uma microigreja se fundamenta em três princípios “mínimos”, começando com a adoração, “que envolve muito mais do que apenas cantar músicas”, diz Hoffman. “É o estudo da Bíblia, o processo de discipulado e viver a vida juntos como um grupo.”
O foco é reproduzir discípulos que podem ajudar a igreja a emergir em contextos únicos, como grupos de pessoas que se unem em uma pequena área geográfica ou em torno de um interesse ou ocupação comum. Microigrejas compostas por fazendeiros e pecuaristas, por exemplo, às vezes se reúnem em cooperativas.
O segundo princípio fundamental de uma microigreja é a missão, que é cumprida através do poder do Espírito Santo.
“Em Marcos, quando Jesus estava chamando discípulos, primeiro Ele os chamou para Si”, observa Hoffman. “Imediatamente Jesus os chamou para a missão: Venham a Mim e Eu os farei pescadores de homens.”
Depois disso, Hoffman viu que o terceiro fundamento essencial, é a comunidade, “foi mais profundo muito mais rápido – nossos grupos começaram a crescer de forma diferente.”
Testemunhos
A microigreja que Hoffman lançou em um restaurante há quatro anos é composta por jovens na faixa dos 30 anos – casais e uma mulher solteira que fazia perguntas profundas enquanto desconstruía sua fé. Ao encontrar respostas e confiar em Cristo em um ambiente íntimo, ela finalmente alcançou uma caminhada mais profunda com Ele.
Quando um mecânico de diesel encontrou salvação na microigreja de Hoffman e o Senhor o libertou do vício em drogas, mudanças em seu estilo de vida tornaram-se imediatamente evidentes: ele abandonou o álcool e o tabaco de mascar e lançou uma microigreja em sua oficina de diesel.
Agora, um novo crente que ele está orientando em sua microigreja na garagem está fundando um grupo próprio para ajudar aqueles que sofrem com vícios.
“Milagres como esse acontecem o tempo todo. As pessoas estão sendo libertadas”, diz Hoffman.
E, por natureza, esses grupos tendem a se multiplicar. À medida que as pessoas chegam à fé por meio de uma microigreja, “a responsabilidade do grupo menor ajuda a querer que esse grupo cresça porque eles têm mais investimento nele”, diz Hoffman.
Após cada estudo bíblico, os congregantes perguntam uns aos outros com quem vão compartilhar o que aprenderam, “e então nos responsabilizamos por isso”.
Jovens são mais atraídos
O pastor Hoffman observa que os mais jovens são mais atraídos por esse modelo de igreja do que os mais velhos.
A igreja tradicional que ele pastoreia é composta em sua maioria por aposentados ou pessoas próximas da idade de aposentadoria, enquanto apenas 12 membros têm menos de 50 anos. No entanto, Hoffman ressalta que não prefere um modelo ao outro, pois ambos são necessários no Corpo de Cristo.
“Eu acredito que se for uma megaigreja ou uma macroigreja, que é o que a maioria das igrejas são na América, ou uma microigreja, todas são necessárias para alcançar as pessoas para Cristo”, diz ele. “Você pode ver todas as três nas Escrituras”.
“Não acho que a expressão de uma igreja maior exista para servir a menor ou o contrário. Todos nós deveríamos fortalecê-las igualmente.”
A Nebraska Ministry Network utiliza o modelo de microigreja rural há três anos.
Toby Schneckloth, 49 anos, superintendente da Nebraska Ministry Network, ressalta que as microigrejas atendem a uma necessidade essencial da comunidade onde a igreja AG mais próxima pode estar a uma hora de distância.
O superintendente tem encorajado os pastores a tentar novos métodos e assumir alguns riscos em seus ministérios.
“Eu amo como isso é tão inovador e pode ser um criador de tendências em toda a nossa rede”, diz ele.
