Condenado por matar nove mulheres entre 1997 e 1998, Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, planeja mudar de nome ao deixar a prisão após cumprir 30 anos de pena. Ele está atualmente detido na cela 59 do Pavilhão 3 da Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, onde divide o espaço com outros seis detentos condenados por estupro.
A informação foi revelada durante uma entrevista inédita concedida à psicóloga forense Simone Lopes Bravo, em 2024. No diálogo, Pereira declarou que se converteu ao evangelho em 1999 e que, desde então, não teria mais apresentado pensamentos violentos. “Sou um novo homem. Aquele Francisco não existe mais”, afirmou o detento.
Conversão religiosa
Segundo o relato, Francisco foi batizado por evangélicos enquanto estava na Penitenciária de Itaí, também no interior paulista. Ele disse viver hoje em constante oração e declarou que não pretende pedir perdão às famílias das vítimas. “Deus já me perdoou”, afirmou durante a entrevista.
Além da conversão religiosa, o condenado deixará a prisão em liberdade direta, sem necessidade de avaliação psicológica. Isso porque sua condenação se deu sob a legislação vigente à época dos crimes, a qual prevê a liberação automática após o cumprimento do tempo máximo de reclusão, de 30 anos.
Detalhes dos crimes
Durante a conversa com a psicóloga, Francisco deu novos detalhes sobre os crimes. Ele contou que abordava as vítimas no Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo, com promessas de trabalho como modelo fotográfico. Atraídas pela oferta, várias mulheres aceitaram acompanhá-lo até áreas de mata, onde foram assassinadas com sinais de violência sexual. Algumas, segundo ele, foram poupadas.
Pereira relatou também que voltava aos locais dos crimes para se masturbar diante dos corpos. “Ficava com muitos pensamentos. Não conseguia parar de pensar. Aqueles pensamentos me excitavam”, disse. O detento afirmou ainda que os impulsos surgiram na infância e estavam ligados ao desejo sexual por mulheres. “Não matava homens porque me sentia atraído pelo corpo das mulheres”, declarou. Em alguns casos, disse que sequer houve contato físico com as vítimas: “Nem um beijo”.
Saída da prisão
Francisco de Assis Pereira deverá ser libertado em 2028, após cumprir o limite máximo de pena previsto pela Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984, em vigor na época de sua condenação. A legislação penal brasileira atual, após reformas posteriores, aumentou o limite de reclusão para até 40 anos, mas a mudança não afeta casos anteriores à promulgação da nova norma.
A intenção de mudar de nome, segundo relatos da psicóloga, seria uma tentativa de recomeçar a vida longe da notoriedade adquirida com os crimes, de acordo com informações do jornal O Globo. Não há informações oficiais sobre o novo nome que pretende adotar.