Cristãos perseguidos em comunidades indígenas enfrentam vários riscos no México. Um dos desafios mais importantes e impactantes é o cuidado com a saúde. Esse é o caso de Juana*, uma mulher cristã do estado de Chiapas que foi expulsa de sua comunidade com a família por causa da fé em Jesus. Após oito anos, graças a um processo de reconciliação e de pagar uma multa, a família conseguiu voltar ao território.
Hoje, eles enfrentam um desafio muito mais difícil que continua a testar a fé de Juana e do marido. Por causa da assistência de saúde precária, o filho mais novo de Juana, Samuel*, faleceu. Ele tinha 12 anos quando começou a desenvolver os mesmos sintomas que dois de seus irmãos mais velhos: Rebeca, de 25 anos, e Mauricio, de 27. A partir desse momento, a vida se tornou um desafio constante para a família, especialmente para o marido, que desenvolveu dores constantes nas costas e uma hérnia no abdômen por ter que levantar os filhos para movê-los de um lado para o outro.
Muitas comunidades indígenas estão localizadas em áreas remotas e inacessíveis, dificultando a viagem para atendimento médico. Para famílias como a de Juana, mover os três filhos com deficiências motoras não é apenas um desafio emocional e mental, mas também econômico, pois fazem parte do percentual da população indígena que vive em extrema pobreza. De acordo com o Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (CONEVAL), Chiapas é o estado com o maior índice de pobreza do país.
Em 2023, a família de Juana recebeu a visita da equipe da Portas Abertas no México. Após ouvir a situação médica dos três filhos com deficiências motoras, a equipe ofereceu ajuda à família, pois parte do trabalho da organização é proteger a integridade dos cristãos perseguidos para que possam permanecer em suas comunidades.
Graças a essa ação, o Centro de Saúde de Comitán atenderá a família e toda a comunidade de cerca de mil habitantes com uma unidade móvel. Também foi acordado agendar consultas para a comunidade com serviços especializados, como odontologia, nutrição e psicologia, entre outros, e doar cadeiras de rodas para que Juana e seu marido movam os filhos sem precisar carregá-los. Mas ainda há muito a ser feito para garantir que todos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade, independentemente de etnia, religião ou localização geográfica.
Fonte: Portas Abertas