No último domingo, 14 de setembro, o papa Leão XIV conduziu, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, uma celebração dedicada à memória dos mártires e testemunhas da fé do século 21. O encontro reuniu representantes de igrejas ortodoxas, antigas igrejas orientais, comunhões cristãs e organizações ecumênicas.
Durante a cerimônia, o pontífice destacou que a perseguição contra cristãos continua em diferentes regiões do mundo, mesmo após o fim das grandes ditaduras do século 20: “Infelizmente, apesar do fim das grandes ditaduras do século 20, ainda hoje não acabou a perseguição aos cristãos; pelo contrário, em algumas partes do mundo, aumentou”, afirmou.
Leão XIV acrescentou que “muitos irmãos, ainda hoje, por causa do seu testemunho de fé em situações difíceis e contextos hostis, carregam a mesma cruz do Senhor: como Ele, são perseguidos, condenados e mortos”.
O papa citou exemplos de religiosos e leigos que perderam a vida em razão da fé. Entre eles, o padre Ragheed Ganni, sacerdote caldeu assassinado no Iraque em 2007; o irmão anglicano Francis Tofi, morto nas Ilhas Salomão em 2003; e a missionária americana Dorothy Stang, assassinada no Pará em 2005.
Leão XIV também mencionou a criação da Comissão para os Novos Mártires, instituída em 2023 pelo papa Francisco e ligada ao Dicastério para as Causas dos Santos. Segundo dados apresentados, mais de 1,6 mil cristãos mortos no século 21 já foram reconhecidos pelo Vaticano como mártires.
Encerrando seu discurso, o pontífice lembrou o caso de Abish Masih, uma criança paquistanesa morta em um atentado contra a Igreja Católica. “Que o sonho desta criança nos incentive a testemunhar com coragem a nossa fé, para sermos juntos fermento de uma humanidade pacífica e fraterna”, concluiu.