A membro sênior de comunicações jurídicas da organização cristã Alliance Defending Freedom (ADF), Lois McLatchie Miller, afirmou que as expressões públicas do cristianismo enfrentam crescente ameaça em países ocidentais.
Em artigo no The Spectator, ela direcionou a crítica não a regimes como Coreia do Norte, China ou nações de maioria muçulmana, mas ao Reino Unido, aos Estados Unidos e a partes da Europa.
Segundo Lois, o “assassinato de Charlie Kirk” configurou a forma mais dramática de censura. Ela escreveu que ele “passou sua curta vida ensinando aos alunos que homens e mulheres não são intercambiáveis, que as crianças merecem proteção e que a fé pode transformar o desespero em esperança. Ele convocou as pessoas a se casarem, a construírem famílias e a servirem a causas maiores do que elas mesmas. Por isso, a escuridão lhe custou a vida”.
No texto, Lois também apontou a Nigéria como exemplo de violência letal contra cristãos. Apesar de estimar ao menos 50% da população como cristã, a Nigéria “ostenta a distinção” de registrar mais mortes de cristãos por ano do que qualquer outro país, afirmou. De acordo com a organização Portas Abertas, somente neste ano 7.000 cristãos foram mortos em atos de violência sectária, atribuídos majoritariamente a agressores muçulmanos.
A autora citou o caso de Deborah Yakobu, estudante nigeriana morta a pauladas e apedrejada por colegas após agradecer a Jesus pelos resultados de uma prova em um grupo de WhatsApp. Ela mencionou ainda Rhoda Jatau, mãe local condenada a 19 meses de prisão por “blasfêmia”, o que, na avaliação de Lois, teria ocorrido por ela condenar publicamente o assassinato. Segundo o artigo, Jatau foi posteriormente absolvida após receber assistência jurídica da ADF.
Lois relacionou as críticas ao que descreveu como formas “insidiosas” de censura apoiadas pelo Estado em países ocidentais. Como exemplo, citou o caso de Rose Docherty, idosa escocesa detida “na semana passada” por segurar uma placa em uma zona de aborto com a mensagem: “Coerção é crime. Estou aqui para conversar, só se você quiser”.
Em suas palavras: “Rose não estava com uma mensagem influente. Ela estava dando às pessoas a escolha: seguir em frente ou parar e conversar. Mas a escolha, ao que parece, agora pertence apenas ao lobby do aborto. Rose, com duas próteses de quadril, foi arrastada por policiais pelo crime de compaixão”.
Ao final, a autora acrescentou um registro histórico, afirmando que perseguições e tentativas de censura, “desde os dias de Atos”, frequentemente impulsionam a difusão da fé cristã. Segundo Lois, o assassinato de Kirk teria provocado aumento na presença de jovens em igrejas.
De acordo com o portal Christian Today, Lois concluiu: “Se os últimos 2.000 anos nos ensinam alguma coisa, é isto: a escuridão não vence. Opositores da fé, cuidado. A supressão fornece o terreno mais fértil para espalhar a fé”.