Ed René Kivitz, ex-pastor presidente da IBAB, teceu críticas ao movimento Dunamis pela realização de um culto na Cidade Universitária, principal campus da Universidade de São Paulo (USP), afirmando que a fé deve ser uma prática “privada”. Em resposta, o pastor Téo Hayashi gravou um vídeo contra-argumentando.
A fala de Ed René Kivitz ocorreu durante uma pregação na Igreja Batista de Água Branca, quando afirmou que o evento organizado pelo Dunamis na USP foi um teatro religioso: “A ocupação da arena pública da USP pela juventude evangélica cantando louvores, denunciando que a USP é de Jesus e que o diabo não tem mais vez na USP… parem com o teatro religioso”.
Na visão de Kivitz, a fé deve ser uma prática privada. A defesa feita pelo polêmico pregador contraria, na essência, a grande comissão feita por Jesus a seus discípulos para pregarem o Evangelho a pessoas de todas as nações: “Parem de transformar a religião em espetáculo público. Religião não é espetáculo público. Religião é experiência particular e privada, comunitária. Ritual religioso, celebração religiosa, prática religiosa acontece daquela porta pra cá. Na rua, é justiça. Aqui, é oração. Na praça, é pão para o faminto. Aqui, é louvor e e cantoria. Aqui, a gente levanta a mão. Lá, a gente estende a mão. Mas está invertido”, declarou o ex-presidente da IBAB.
Resposta
Hayashi respondeu a Kivitz em um vídeo compartilhado nas redes sociais destacando o caráter evangelístico da ação do Dunamis na USP, e pontuando que o raciocínio de Kivitz sobre o texto do livro de Amós está descontextualizado.
“Foi uma noite de evangelismo, com diversas pessoas renovando suas alianças com Cristo, e também até pessoas que foram curadas de enfermidades pelo poder do Espírito Santo. Então, eu sei, você que está aqui assistindo, é um cristão, provavelmente você está celebrando aí do outro lado da tela, assim como eu, pelo fato de nós termos mais de mil jovens cristãos orando e profetizando no que seria, talvez, a universidade mais influente do país hoje”, introduziu Hayashi.
Destacando que “o Estado é laico e o Estado não é laicista”, o líder do Dunamis ponderou que “se outras religiões quiserem fazer ajuntamentos lá na USP de maneira voluntária, que o façam, o Estado permite isso”.
“Surpreendentemente, vimos aí um ajuntamento cristão dessa magnitude, na USP, sendo criticado por quem? Por pastores. […] Algo fundamental pra gente entender [as Escrituras] é o que a Bíblia está dizendo no contexto. Afinal, sem contexto, qualquer texto pode ter qualquer significado. Então, o pastor do vídeo tenta usar o trecho de Amós 4, de 4 a 5 pra dizer que as manifestações públicas de fé, como a que aconteceu lá na USP, são um mero teatro religioso. Ele faz a comparação com o livro de Amós ao teatro religioso de Israel, que era vazio e que não deveria acontecer”, acrescentou o pastor.
Hayashi também refutou acusações implícitas na fala de Kivitz: “Ele até insinua que é uma tentativa de se exibir, de aparecer. E a única expressão pública de fé que seria válida, no caso disso, é a expressão de boas obras aos necessitados que estão fora do templo. Então, ele diz, ‘levantar as mãos, fazer oração’ – ele até fala ‘cantoria’, e chama isso tudo de ritual religioso – tudo isso deveria se limitar ao contexto privado, ele está dizendo, não ao espetáculo público. Porém, ele está perdendo completamente o ponto central do que Deus está dizendo aí no livro de Amós”.
“Amós não está denunciando os rituais públicos que Israel está fazendo. Sua denúncia, na verdade, é contra a hipocrisia de Israel. Israel demonstra uma fé em público que não é condizente com a ausência de boas obras da parte deles, de Israel. Isso faz com que suas ofertas, seus cultos, sua adoração se tornem vazios. Porém, isso não significa que essas manifestações públicas de fé sejam erradas ou que elas devem ser consideradas um teatro ou uma tentativa de aparecer”, argumentou o pastor do Dunamis.
Ao final de sua colocação, Hayashi enfatiza que “é possível você ter as duas coisas, uma fé pública, e você realmente andar e viver a tua pregação”.
“Essa conclusão que é uma distorção do texto bíblico. Nada mais é uma distorção para encaixar uma narrativa própria, particular da pessoa e com viés ideológico […] Lucas 10.38: ‘Bendito é o rei que vem no nome do Senhor, paz no céu e glória nas alturas. Alguns dos fariseus que estavam no meio da multidão disseram a Jesus: ‘Mestre, repreende os teus discípulos’. E Jesus… olha que ele responde: ‘Se eles se calarem, as pedras clamarão’. Isso é só para a gente pensar um pouquinho”, finalizou Téo Hayashi.









































