À medida que o fim do ano se aproxima, a escritora cristã Amanda Idleman propôs uma reflexão sobre a sobrecarga emocional e espiritual que acompanha a época natalina. Para ela, o acúmulo de tarefas, as expectativas sociais e o consumismo desenfreado ameaçam ofuscar o verdadeiro sentido das festas.
“A lista de tarefas é interminável”, observa. “Se formos honestos, é difícil não deixar que o peso de tudo isso roube a magia da época”.
Idleman, autora de textos voltados à espiritualidade familiar, afirma que a rotina das celebrações pode facilmente se transformar em uma fonte de ansiedade. A cada Natal, diz ela, surge o desafio de conciliar compromissos, tradições e obrigações, sem perder de vista o propósito espiritual. “Uma conversa franca com Deus é necessária a cada temporada de festas, para que minha ansiedade e necessidade compulsiva de planejar não arruínem o Natal”, confessa.
Olhar a Cristo
Segundo a autora, a primeira atitude para enfrentar o cansaço e o estresse das festas é lembrar o verdadeiro significado do Natal. “Fazer as coisas por fazer é um desperdício de tempo e dinheiro”, escreve. Idleman enfatiza que todas as tradições e encontros ganham valor quando são orientados pela fé e pela gratidão. “O Menino Jesus, Deus encarnado, veio e viveu para morrer pelos nossos pecados. Quando centramos nossos pensamentos nessa verdade, fica mais fácil superar o ruído e a superficialidade.”
Ela recomenda que os cristãos transformem a exaustão em adoração, levando seus sentimentos ao Senhor. “Se a sua lista mental de tarefas está levando você a fazer coisas que não parecem amorosas e gentis, peça a Deus para mostrar se essa tradição é uma boa maneira de se lembrar dEle nesta época”.
Valor da simplicidade
Idleman acredita que a sociedade moderna complicou demais o Natal. Para ela, o excesso de compromissos e o apelo ao consumo tornaram as festas um período de pressão, não de paz. “As expectativas sobre o que a família deve fazer juntas são verdadeiramente insanas”, afirma.
A escritora defende um retorno à simplicidade: noites tranquilas em casa, leituras bíblicas, orações e momentos de descanso. “Não tenha medo de perder alguns daqueles momentos mágicos de sair e gastar. Também é possível criar memórias especiais simplesmente estando em casa, lembrando, orando e permanecendo em paz”.
Amor com limites
Outro princípio apontado por Idleman é o exercício de limites saudáveis. Ela argumenta que o amor genuíno não se manifesta em excesso, mas em equilíbrio. “Se existem tradições que você detesta, pessoas com quem se sente obrigado a conviver ou presentes que não pode dar, dizer não é permitido”, defende.
Citando 1 Coríntios 9:24, Idleman lembra que “amar nossos vizinhos e familiares exige disciplina”, e que essa disciplina é o que traz paz ao caos. O conselho é identificar o que gera incômodo e repensar a maneira de se relacionar com as obrigações da época, mantendo o coração saudável e disposto a servir com sinceridade.
No ritmo da gratidão
Para a escritora, desacelerar é essencial. “A época natalina parece chegar como um furacão e passa tão depressa que mal conseguimos processar tudo o que fizemos”, observa. Ela sugere que os cristãos aprendam a pausar entre compromissos e redescubram a beleza da presença. “Só temos uma oportunidade para viver o Natal este ano. Respire e esteja presente”.
Idleman recorda o ensinamento de Tiago 1:17 — “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto” — como um lembrete de que o tempo e as bênçãos de Deus devem ser recebidos com gratidão: “Pare para refletir sobre o que Deus lhe deu e o que Ele quer que você leve para o novo ano”.
Partilhar responsabilidades
Idleman também encoraja os leitores a compartilhar a carga das festas. “Você não precisa criar toda a magia sozinho”, diz. Ela sugere dividir as tarefas com o cônjuge, familiares e amigos — desde o planejamento de refeições até a compra de presentes. “Envolva seu cônjuge na escolha dos presentes para que o peso mental de demonstrar carinho não recaia apenas sobre uma pessoa”.
Citando 1 Pedro 5:7 — “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” —, a autora lembra que Deus vê os esforços de cada um para expressar amor durante o Natal. “Ele te ama e deseja que você desfrute de suas muitas bênçãos neste período sagrado”.
Jamais murmurar
Idleman conclui em seu artigo no Crosswalk com uma reflexão sobre a diferença entre murmuração e lamento. A primeira, diz ela, “é egocêntrica e enraizada em expectativas não atendidas”, afastando o indivíduo da presença de Deus. Já o lamento sincero, por outro lado, permite “compartilhar honestamente a dor com o Senhor, confiando em Sua soberania”.
Para Amanda Idleman, a mensagem central do Natal é simples e profunda: reencontrar a paz na presença de Deus e redescobrir a alegria em meio ao caos. “A disciplina, a gratidão e a fé são o antídoto contra o excesso e o desespero”, escreve. “Quando Jesus está no centro, o Natal volta a ser o que sempre foi — um tempo de amor, esperança e descanso”.





































