Parceiros de campo da Portas Abertas em Moçambique relataram a grave situação enfrentada pela igreja no país e pediram orações pela comunidade cristã, após um pronunciamento do Estado Islâmico. O grupo extremista afirmou que cristãos que não se converterem ao islã ou não pagarem taxas serão expulsos de suas terras e mortos, intensificando o clima de medo nas províncias do norte.
Uma fonte local, que falou sob condição de anonimato por motivos de segurança, descreveu o cenário como crítico. “É triste ver como o governo de Moçambique está gerenciando esse conflito e ainda mais doloroso ver a postura da igreja global frente à aflição dos nossos irmãos e irmãs. Acredito que é nossa responsabilidade nos levantarmos e exigirmos o fim do derramamento de sangue e do sofrimento. Muitos inocentes continuam a ser perseguidos simplesmente por seguir Jesus”, declarou.
Clima de medo
De acordo com os relatos, a igreja tem sido o principal alvo dos extremistas. Centenas de templos já foram incendiados, e inúmeros cristãos foram atacados, com a maioria dos casos seguindo sem investigação oficial. A fonte acrescentou que as autoridades impuseram rígidas restrições nas áreas afetadas.
“O governo impôs medidas de controle nas zonas de conflito. Eles proíbem fotografias ou trocas de informação. Qualquer um, moçambicano ou estrangeiro, que for pego com um celular capaz de tirar fotos pode ter o aparelho confiscado ou até ser preso. Esse clima de medo e silêncio encobre a verdade e faz o sofrimento continuar livremente”, relatou.
Fé sob perseguição
Segundo os parceiros locais, a igreja em Moçambique vive um dos períodos mais traumáticos de sua história recente. “Diversos cristãos e lideranças vivem com medo, intimidados e emocionalmente esgotados. Apesar de terem o desejo de servir a Cristo, o medo enfraquece a presença da igreja nas regiões de maior risco, mas cremos que Deus está trabalhando nesses locais”, disse a fonte.
A Portas Abertas continua monitorando a situação e prestando apoio espiritual e humanitário aos cristãos afetados, que permanecem firmes na fé mesmo diante da violência e da ameaça constante de ataques extremistas.