Durante os ataques realizados pelo Irã contra Israel na última semana, uma família de Jerusalém sobreviveu a um míssil que atingiu diretamente sua casa. O episódio ocorreu na madrugada de domingo, e os seis integrantes escaparam com vida após se abrigarem no porão do imóvel.
Ariel Levin-Waldman, que trabalha no Centro Médico Sheba, em Ramat Gan, relatou os acontecimentos à emissora norte-americana CBN News. Segundo ele, o alerta foi recebido por volta das 5h da manhã em seu celular. “O alerta dizia: ‘Vá para um abrigo em caso de extremo perigo de disparo de mísseis’. Corri escada abaixo, peguei minha esposa e meus filhos. Minha sogra estava descendo, e tínhamos entrado no abrigo antiaéreo no porão da casa”, contou.
Ainda segundo Ariel, a porta do abrigo permanecia aberta enquanto aguardavam o sogro. Nesse momento, o míssil atingiu a residência. “Houve um clarão — um estrondo alto — e tudo ficou escuro”, afirmou.
A família enfrentou dificuldade para respirar devido à poeira, e o ambiente ficou tomado pelo pânico: “Estávamos gritando. Eu me recuperei primeiro dos gritos porque percebi que, se estou aqui gritando, ainda estou vivo”, relatou Ariel. Com o celular reserva que estava no porão, ele conseguiu ligar para a polícia de Israel.
Durante o resgate, Ariel retirou a sogra debaixo de uma estante caída e carregou a filha, uma bebê de sete semanas, sobre os ombros. “Tentei abrir caminho para minha esposa e meu filho (que não tem nem 3 anos) saírem do abrigo”, disse.
Um bombeiro encontrou o grupo e os guiou para fora do porão, cuja estrutura havia sido parcialmente destruída pela explosão. “A parede do apartamento secundário explodiu com a queda do míssil, o que abriu caminho para subirmos as escadas”, explicou Ariel. Segundo ele, caso essa parede não tivesse sido rompida, a família poderia ter sido soterrada.
Do lado de fora, Ariel entregou a filha a um bombeiro, mas logo perdeu contato visual com ela. “No momento em que me virei para ajudar minha esposa com a outra criança, os paramédicos já tinham levado meu bebê para o posto de atendimento médico na rua e eu não tinha ideia de onde ela estava. As pessoas me viram coberto de sangue e poeira, andando pela rua atordoado, gritando: ‘Cadê meu bebê? Cadê meu bebê?’”, relatou.
No hospital, a família recebeu cuidados médicos e apoio logístico. “Todos os nossos bens materiais — cartões de crédito, nossas roupas — estão em pedacinhos. O Hospital Sheba foi muito importante. Eles nos deram roupas, brinquedos para as crianças e nos fizeram recomeçar”, declarou.
Menos de 24 horas após o incidente, a família passou por novo susto. O hotel onde estavam hospedados foi atingido por estilhaços após um novo míssil atingir diretamente o Instituto de Ciências Weizmann, localizado nas proximidades. “O hotel fica bem em frente ao Instituto de Ciências Weizmann, que foi atingido diretamente por um míssil e quebrou todas as janelas”, disse Ariel.
Quatro dias após os ataques à capital de Israel, equipes de resgate localizaram o cachorro da família, ainda vivo, sob os escombros da casa destruída.
Ao comentar sobre o episódio, Ariel afirmou que a sobrevivência da família não pode ser explicada por fatores naturais. “Quando digo que estamos vivos apenas pela graça de Deus, quero dizer que não houve sorte. Não há nenhuma explicação física para termos sido atingidos diretamente por um míssil e todos nós seis estarmos vivos. E todos nós saímos, praticamente ilesos”, declarou.
Concluindo seu relato, ele afirmou: “É bem óbvio, Deus não me quer morto ainda — seja lá por qual motivo. Tenho coisas para fazer neste mundo. Ainda não sei o que é, mas enfim, vou fazer”.