Uma estudante do terceiro ano de medicina da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, foi reprovada em uma tarefa de redação da disciplina “Desenvolvimento ao Longo da Vida” após expressar visões alinhadas a seus princípios cristãos que contestam a ideologia de gênero.
Samantha Fulnecky, que também cursa psicologia, recebeu zero em 25 pontos pelo trabalho, que pedia uma opinião sobre um artigo que discutia expectativas sociais de gênero.
Em sua redação, Fulnecky argumentou que “Deus criou dois gêneros com papéis distintos” e descreveu a ideologia de gênero como “demoníaca”, caracterizando-a como um “ataque satânico ao projeto divino”. Ela escreveu:
“Discordo veementemente da ideia apresentada no artigo de que incentivar a aceitação de diversas expressões de gênero poderia melhorar a autoconfiança dos alunos”. E acrescentou: “A sociedade propaga a mentira de que existem múltiplos gêneros e que todos devem ser o que quiserem é demoníaco e prejudica gravemente a juventude americana”.
O professor responsável pela avaliação, William “Mel” Curth, que utiliza os pronomes “ela/elu”, considerou o conteúdo ofensivo, especialmente o uso do termo “demoníaco”.
Em seus comentários na plataforma acadêmica, Curth afirmou que a redação não atendeu ao solicitado, não por motivos de crença religiosa, mas por “contradições”, “uso excessivo de ideologia pessoal em vez de evidências empíricas” e por “linguagem ofensiva”.
Repercussão Institucional
Samantha Fulnecky apresentou uma queixa formal de discriminação religiosa. O caso ganhou ampla divulgação nas redes sociais e atraiu a atenção do governador de Oklahoma, Kevin Stitt, que se manifestou publicamente. Em uma publicação na plataforma X, Stitt afirmou:
“A [Primeira] Emenda é fundamental para nossa liberdade [e] inseparável de uma educação completa. A situação na Universidade de Oklahoma é profundamente preocupante. Apelo aos regentes da OU para que revisem os resultados da investigação [e] garantam que outros alunos não sejam penalizados injustamente por suas crenças”.
A Universidade de Oklahoma emitiu um comunicado confirmando que abriu uma investigação imediata sobre o caso, ressaltando que leva “muito a sério” questões envolvendo direitos da Primeira Emenda, incluindo a liberdade religiosa.
A instituição informou que, através do processo de apelação, foram tomadas medidas para evitar qualquer prejuízo acadêmico à aluna. O professor William Curth foi colocado em licença administrativa e substituído por um docente em tempo integral.
Relato da Estudante
Em entrevista à CBN News na quarta-feira, 3 de dezembro, Samantha Fulnecky explicou que a tarefa fazia parte de uma série de trabalhos opinativos ao longo do semestre, nos quais havia sempre obtido nota máxima.
“A tarefa era para expressar nossa opinião e reação a um artigo sobre estereótipos e ideologia de gênero. E foi isso que eu fiz”, declarou. “Apenas dei minha opinião, e são apenas redações curtas. Nunca nos foi exigido nenhum tipo de evidência — apenas nossa opinião”.
Ela afirmou ter ficado “chocada” ao receber a nota zero, normalmente reservada para tarefas não entregues, e mais ainda ao ler a justificativa do professor. “A explicação foi que eu precisava de evidências científicas, mas nunca nos foi exigido usar isso nessa disciplina”, disse.
Fulnecky também relatou que tentou contato com o professor por e-mail, anexando o programa da disciplina para questionar a avaliação, mas não obteve resposta, o que a levou a recorrer às instâncias superiores da universidade.
A Universidade de Oklahoma assegurou que a nota zero não será considerada em sua média final. Com informações: CBN News.








































