Uma nova pesquisa do Barna Group descobriu que a Geração Z e os Millennials são os que mais frequentam a igreja.
O estudo “State of the Church” mostrou que os jovens estão indo à igreja com maior frequência do que as gerações mais antigas, em uma mudança surpreendente.
Nos últimos anos, a participação nos cultos da Geração Z e Millennials aumentou nos Estados Unidos, em um contexto em que há relatos de avivamentos e um crescente interesse espiritual entre a juventude.
A pesquisa, realizada com 5.580 americanos entre janeiro e julho de 2025, revelou que a Geração Z agora frequenta 1,9 fins de semana da igreja por mês e os Millennials 1,8 fins de semana. O número é quase o dobro das taxas de cinco anos atrás e maior do que a média de frequência dos adultos de todas as gerações.
Já a Geração X frequenta 1,6 fins de semana de cultos por mês, seguido pelos Boomers (1,4) e Anciões (1,4).
“O fato dos jovens estarem aparecendo com mais frequência do que antes não é uma tendência típica”, explicou Daniel Copeland, vice-presidente de pesquisa da Barna.
“Normalmente são os adultos mais velhos os frequentadores mais leais da igreja. Esses dados representam boas notícias para os líderes da igreja e aumentam o quadro de que a renovação espiritual está moldando a Geração Z e a Geração Y hoje”.
Frequência continua baixa
Embora as gerações mais novas estejam indo mais aos cultos, Daniel observou que a média geral de frequência continua baixa nos EUA.
“Os dados mostram o que muitos pastores sentem: que mesmo os frequentadores regulares da igreja não participam com tanta frequência. Entre todos os adultos da igreja, descobrimos que eles frequentam, em média, 1,6 vezes por mês, ou cerca de dois em cada cinco fins de semana”, afirmou.
“Essa nova análise dos dados de rastreamento nos ajuda a entender melhor as frustrações que os pastores sentem quando estão tentando criar impulso para suas congregações, como pregação baseada em séries e mobilização de voluntários”.
Nos últimos 25 anos, a frequência dos Boomers e dos Anciãos na igreja teve uma diminuição brusca.
“A queda significativa entre as gerações mais velhas mostra que o tecido da vida congregacional está mudando. Está mais desgastado e menos cinza do que há uma década”, comentou David Kinnaman, CEO do Barna Group.
O resultado da pesquisa apontou que os jovens estão mais abertos à fé, porém os líderes das igrejas ainda lidam com o desafio de engajar a nova geração na igreja e os discipular.
“Nossa pesquisa mostra claramente que ir à igreja por si só não cria discípulos dedicados. Mesmo com a crescente participação das gerações mais jovens, ainda há o desafio de moldar corações e mentes para viver sua fé além da participação na igreja”, destacou David.
Estratégias de engajamento
Conforme o estudo, a liderança pode engajar as novas gerações através de orientação espiritual, discipulado, pequenos grupos e interação online.
“As igrejas que oferecem conexão relacional e pertencimento autêntico podem nutrir esse interesse renovado na profundidade da fé”, afirmou.
“A frequência, embora esteja melhorando, ainda está longe de ser semanal. As ferramentas digitais podem ajudar a preencher essa lacuna. Os aplicativos da igreja para mensagens de texto e pequenos grupos, bem como recursos on-line para crescimento espiritual, podem ajudar a aumentar a experiência presencial de domingo”.
Para os pesquisadores, “os dados apontam para um futuro em que a vitalidade da Igreja pode depender de quão bem os líderes envolvem a curiosidade espiritual e os compromissos dos jovens adultos”.
