Um abismo crescente surgiu entre o presidente Donald Trump e um de seus grupos de eleitores mais confiáveis: os cristãos evangélicos. Em questão está a decisão do governo de cortar bilhões em ajuda externa e fechar a agência responsável por sua distribuição.
Durante décadas, membros da Associação Nacional de Evangélicos (NAE) têm se associado ao governo dos EUA para levar ajuda humanitária ao exterior. Agora, como relata o Politico, o grupo está pressionando os legisladores no Capitólio para reverter os cortes de verbas.
O apoio evangélico foi fundamental para a vitória de Trump em 2024. Dados da Universidade Cristã do Arizona mostram que os cristãos representavam 74% do eleitorado, com 56% votando em Trump. Em contraste, a vice-presidente Kamala Harris obteve 60% dos votos não cristãos. Os cristãos superaram os eleitores não cristãos em mais de cinco para dois, garantindo o retorno de Trump à Casa Branca. De acordo com o Pew Research Center, os protestantes evangélicos brancos continuam entre seus apoiadores mais leais.
O resultado da campanha de lobby da NAE servirá como um teste de influência evangélica dentro do Partido Republicano, que eles apoiam há muito tempo.
Grupos humanitários alertam que os cortes já estão tendo consequências devastadoras. “Devido aos cortes do governo dos EUA, a World Vision foi forçada a interromper programas humanitários de emergência em todas as regiões do mundo, em mais de 20 países, deixando mais de um milhão de pessoas sem assistência emergencial”, disse Margaret Schuler, diretora de impacto da Visão Mundial, ao Politico.
No início deste ano, organizações humanitárias cristãs expressaram forte oposição ao plano do governo de reduzir em 92% as doações relacionadas à assistência externa. O Departamento de Estado classificou a medida como uma medida de economia de custos de US$ 60 bilhões.
Apesar das críticas, o governo defendeu sua política, argumentando que os cortes eliminarão “desperdício e abuso” dentro da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), uma agência oficial de ajuda humanitária que respondia por mais da metade de toda a assistência externa dos Estados Unidos e foi a maior do mundo em termos financeiros em dólares.
Folha Gospel com informações de Premier Christian News