Estudo da Mar Asset Management projeta que os evangélicos representarão 36% da população brasileira até 2026, consolidando uma trajetória de crescimento que partiu de 22% em 2010, e que poderá mudar radicalmente o cenário político nacional a partir de então.
A expansão desse segmento religioso continua a exercer impacto direto no contexto parlamentar do país, conforme análise divulgada nesta quinta-feira, o que não por acaso tem causado preocupação na ala da esquerda política.
Dados eleitorais demonstram correlação entre maior concentração evangélica e redução de votos para partidos progressistas, padrão observado nas eleições presidenciais de 2018 e 2022.
Municípios com forte presença evangélica registraram menor apoio a candidaturas de esquerda, tendência que, segundo a análise, deverá se intensificar no pleito de 2026, considerando que os evangélicos se identificam, em sua absoluta maioria, com pautas conservadoras.
O eleitorado evangélico demonstra preferência por ideias e propostas alinhadas a valores religiosos, com ênfase em posições contrárias ao aborto, movimento LGBT+ e liberação das drogas. Além disso, existe em sua base uma visão que valoriza o mérito individual e a menor dependência de políticas estatais, algo que se conecta com a livre iniciativa.
Esse perfil em favor da maior autonomia e dos valores familiares tradicionais contrasta com plataformas baseadas em ampliação de programas assistencialistas, vistos pelos críticos como “muletas” que, em excesso, prejudicam o desenvolvimento econômico da população.
Diante desse cenário, o Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou esforços para ampliar diálogo com lideranças religiosas. A legenda promove mapeamento da religiosidade entre filiados e parlamentares, buscando construir pontes com esse segmento. A estratégia enfrenta desafios devido ao alinhamento histórico entre evangélicos e candidaturas de direita.
A pesquisa conclui que o crescimento demográfico evangélico reconfigura as dinâmicas eleitorais brasileiras, posicionando-se como fator decisivo nas eleições de 2026. Com base atual consolidada, o grupo deverá manter influência crescente na definição de rumos políticos nacionais nos próximos anos. Com: JM Notícias.