O ex-missionário Luis Alberto Sosa, de 50 anos, foi preso em 8 de outubro, na Flórida (EUA), acusado de crimes cometidos há mais de duas décadas contra adolescentes argentinos sob o pretexto de atividades missionárias. A prisão foi realizada pelo Gabinete do Xerife do Condado de Flagler, em cooperação com as autoridades do Condado de Iredell, na Carolina do Norte, onde os supostos crimes teriam ocorrido.
Segundo o comunicado das autoridades norte-americanas, Sosa era alvo de três mandados de prisão ativos com extradição nacional, incluindo duas acusações de tráfico de pessoas, duas de atos libidinosos contra menores, sete de abuso sexual por responsável substituto e cinco de crimes sexuais cometidos por pessoa em posição de autoridade paternal.
O vídeo da prisão, divulgado pela polícia local, mostra o momento em que Sosa é abordado enquanto passeava com seu cachorro. Surpreso com a ação policial, reagiu dizendo: “Meu Deus! Sério?”, segundo o registro oficial.
De acordo com o Gabinete do Xerife do Condado de Iredell, as vítimas tinham entre 13 e 17 anos à época dos fatos. As investigações indicam que Sosa as teria levado da Argentina para os Estados Unidos, alegando que participariam de uma viagem missionária e educacional. Com guarda temporária concedida para o período da viagem, o acusado teria cometido diversos abusos durante cerca de dois meses.
As denúncias foram inicialmente apresentadas às autoridades argentinas, que acionaram o Consulado Argentino e, posteriormente, as autoridades do Condado de Iredell. Ao descobrir que Sosa havia se mudado para a Flórida, a polícia da Carolina do Norte emitiu ordens de prisão e de extradição nacional, que levaram à captura do suspeito.
Atualmente, ele está detido sem direito a fiança na Flórida, aguardando transferência para a Carolina do Norte, onde deverá responder judicialmente.
O xerife Darren Campbell, responsável pelo caso em Iredell, destacou o papel da cooperação internacional. “Esta investigação demonstra a importância da colaboração entre as agências para levar fugitivos à justiça. Agradecemos às autoridades argentinas e ao Gabinete do Xerife do Condado de Flagler pela assistência”, afirmou.
O xerife Rick Staly, do Condado de Flagler, reforçou a relevância da parceria entre órgãos policiais. “Há poucas semanas tivemos um caso inverso, em que um suspeito de crimes contra crianças na Flórida foi localizado na Carolina do Norte. Agora, temos a situação contrária, com um foragido da Carolina do Norte encontrado aqui. Esse trabalho conjunto é fundamental para garantir que criminosos não encontrem refúgio em lugar algum”, declarou.
De acordo com informações do portal The Christian Post, as autoridades norte-americanas informaram que o caso segue em tramitação e que novas investigações poderão ser abertas a partir dos depoimentos das vítimas e das informações compartilhadas entre os dois países.