Fifa e Conmebol enviaram uma carta à CBF devido à crise após a destituição de Ednaldo Rodrigues da presidência. Nela, as entidades avisaram que visitarão o Brasil na semana do dia 8 de janeiro para inspecionar eleições não autorizadas.
Em um trecho da carta, a Fifa cita um artigo do estatuto: “as associações membros da Fifa devem gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de qualquer tipo de terceiros”.
De acordo com Rodrigo Mattos, colunista da UOL, há uma ameaça de que, caso as eleições sejam realizadas sem permissão da Fifa e Conmebol, a CBF será processada e possivelmente suspensa de competições internacionais, o que também se estende aos clubes brasileiros. O documento teria sido enviado na véspera de Natal, assinado por Kenny Jean-Marie representando a Fifa e Monserrat Jiménez Granda representando a Conmebol, e foi recebido pelo ex-secretário geral da CBF, Alvino Reis.
Tanto a Fifa quanto a Conmebol não reconhecem a gestão do interventor José Perdiz, nomeado pela Justiça do Rio para substituir Ednaldo na CBF por um período de 30 dias, que resultaria em novas eleições ao final desse prazo.
Conflito FIFA E CBF
O conflito entre Ednaldo e o Judiciário teve início quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) protestou contra a mudança nas regras eleitorais da entidade, alegando que foi feita sem consulta prévia aos clubes. Na época, Marco Polo Del Nero era o presidente da CBF. Sob as novas diretrizes eleitorais, Rogério Caboclo foi eleito em 2018 para um mandato que duraria até 2023.
Acusado de assédio, Caboclo se afastou da Confederação, e a Justiça anulou sua eleição, decretando uma nova intervenção. Em 2021, Ednaldo foi nomeado como interino para concluir o mandato de Caboclo. No entanto, no ano seguinte, o presidente interino e o MPRJ assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que mais uma vez alterava as diretrizes para as eleições internas. Sob essas novas regras, Ednaldo foi eleito em 2022 para um mandato de quatro anos. A Justiça alega que o TAC não poderia ser assinado, pois beneficiaria Ednaldo em uma candidatura subsequente.
A FIFA não aceita que decisões relacionadas ao esporte sejam tomadas pelo judiciário comum em vez da justiça desportiva. Diante das decisões brasileiras, eles se sentem incomodados e estão vindo pessoalmente ao Brasil para resolver a questão, que ameaça a participação do Brasil em jogos internacionais.
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*UOL