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Filha de Chico Mendes defende protagonismo de povos da floresta na COP

RondoCristao by RondoCristao
20 de novembro de 2025
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Filha de Chico Mendes defende protagonismo de povos da floresta na COP
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Ângela Maria Feitosa Mendes tornou-se uma ativista ambiental de referência, tal como seu pai, Chico Mendes. Ele foi assassinado aos 44 anos a mando de fazendeiros em 1988, na casa onde morava em Xapuri, interior do Acre, por sua luta em defesa da floresta e de seus povos. 

Atualmente ela comanda o Comitê Chico Mendes, espaço que reúne ativistas por justiça social que se identificam com a luta do Mártir da Floresta que, se estivesse vivo, completaria 81 anos em dezembro. O comitê foi criado na noite do assassinato de Chico Mendes, por lideranças políticas e de direitos humanos para exigir que o crime não ficasse impune. 

A reação fez com que, dois anos depois, em dezembro de 1990, a Justiça condenasse os fazendeiros Darly Alves da Silva e seu filho, Darcy Alves Ferreira, a 19 anos de prisão pela morte de Chico Mendes. 

Em vida, o líder seringueiro lutou contra as condições precárias de trabalho de sua categoria, que praticamente vivia em estado de semiescravidão e levantou a voz para denunciar aqueles que financiavam a destruição da floresta amazônica.  

Chico ajudou a criar a Aliança dos Povos da Floresta, em meados dos anos de 1980, reunindo lideranças dos povos indígenas e seringueiros do Brasil que se uniram para reivindicar demarcações de territórios e a criação de reservas extrativistas. Em uma justa homenagem, seu nome batiza a autarquia responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais do país: o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Atualmente, as ações do Comitê se dedicam também à formação de jovens e mulheres que vivem na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre. A inspiração para o trabalho parte de uma carta escrita por Mendes pouco antes de morrer e dedicada aos jovens do futuro. 

Nela o seringueiro comemora a existência de um mundo que superou a exploração e onde resta “somente a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte”. 

“Desculpem. Eu estava sonhando quando escrevi estes acontecimentos que eu mesmo não verei. Mas tenho o prazer de ter sonhado”, finaliza a carta. 


Belém (PA), 18/11/2025 - Angela Mendes, filha do jornalista e ativistada Chico Mendes, em entrevista para a Agância Brasil na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Angela Mendes, filha de Chico Mendes, em entrevista para a Agência Brasil na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil 

Em Belém para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), Ângela Mendes conversou com a Agência Brasil no espaço Chico Mendes, montado no Museu Paraense Emílio Goeldi.  Ela avalia os resultados da conferência, critica a exploração de petróleo na Foz da Amazônia e revela de que forma seu pai enxergaria uma COP na Amazônia

A iniciativa integra as atividades paralelas à COP30 e foi concebida como um ambiente de aprendizagem, intercâmbio e reflexão sobre a relação entre natureza, cultura e sociedade. O espaço congrega ainda a Feira de Sociobiodiversidade, com produtos produzidos de maneira sustentável, em diferentes biomas do país. A feira a materializa o princípio defendido por Chico de que a floresta em pé vale muito mais. 

Agência Brasil: Como nasceu o comitê e qual é o seu foco atualmente?  

Ângela Mendes: O comitê Chico Mendes foi criado na noite do assassinato do meu pai, por seus companheiros e companheiras que, sob muita dor, entenderam que era necessário, diante do sentimento de impunidade que reinava naquele período, criar uma forma de mobilizar a sociedade nacional e internacional para exigir do governo brasileiro justiça contra os assassinos do meu pai. Por outro lado, era necessário que esse mesmo espaço reverberasse, cuidasse dessa memória de luta que ele nos deixou. Nesse sentimento foi criado o Comitê Chico Mendes. 

Agência Brasil: De que forma ele reverbera essa luta? 

Ângela Mendes: A gente imaginou a semana Chico Mendes que acontece exatamente no dia do seu aniversário até a data do seu assassinato. Ele [Chico Mendes] fazia aniversário dia 15 de dezembro e foi assassinado no dia 22, sete dias depois. Então o comitê seguiu realizando as semanas Chico Mendes de forma voluntária, de forma muito orgânica. 

Em 2016, a gente imaginou que, como ele tinha deixado uma carta para os jovens no futuro, a gente pensou em ter essa carta como uma referência, uma inspiração para a gente começar a falar sobre a importância da juventude, sobretudo da juventude dos territórios. 

Para isso, a gente criou o núcleo jovem do comitê, que passou a fazer outras atividades, para além das semanas Chico Mendes, fazer um trabalho dentro das escolas. E a gente começou também a instituir o programa Jovens Protagonistas das reservas extrativistas do Acre, na Resex Chico Mendes, tudo isso procurando mobilizar a juventude para olhar para essa carta. 

E, desde então, a gente segue, inspirados pela carta e por tudo que o meu pai fez. Em 2020 a gente realizou o primeiro Festival Jovens do Futuro, que ocorre no dia 6 de setembro, a data da escrita dessa carta. E a partir desse primeiro Festival Jovens do Futuro, a gente entendeu que essa carta é visionária. 

Agência Brasil: Por quê? 

Ângela Mendes: Porque jovens de mais de 20 países, de forma online, porque naquele período a gente estava com a pandemia [de covid-19] muito forte, participaram [do festival]. Foi um dia todo de lives. E a gente entendeu como, de fato, os jovens do mundo estavam mobilizados nessa luta por um mundo melhor, por justiça social, que ele antevia nessa carta. 

Ela foi um chamamento e a gente percebeu que existia ali um movimento de juventude ao redor do mundo que foi tocada por essa carta, sem ao menos conhecê-la. 

Agência Brasil: E de lá para cá, quais ações foram feitas? 

Ângela Mendes: De lá para cá, a gente se institucionalizou. Há quatro anos temos um CNPJ e entendemos a necessidade de termos mais estrutura para chegar no território com mais impacto e trabalhando forte para potencializar as vozes das juventudes das reservas extrativistas. E agora também voltando muito ao olhar para a questão da mulher. 

Hoje são esses dois públicos. Nossa força criativa está indo para pensar como fortalecer, ainda mais, esses dois públicos que têm um papel tão fundamental na manutenção desses territórios. 


Belém (PA), 18/11/2025 - Angela Mendes, filha do jornalista e ativistada Chico Mendes, em entrevista para a Agância Brasil na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Angela Mendes, filha de Chico Mendes na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil 

Agência Brasil: Nós vimos agora, nessa primeira semana da COP30, diversos movimentos sociais, os povos da floresta, quebradeiras de coco, quilombolas e indígenas reivindicando maior participação nos espaços de decisão. A mensagem de que só é possível o enfrentamento da crise climática com as populações e os povos foi ouvida? 

Ângela Mendes: Eu entendo que as COPs avançaram muito pouco no que diz respeito aos direitos dessas populações que estão nesses territórios, que também são estratégicos. Quando uma COP, que fala de justiça climática acontece aqui na Amazônia, a gente olha e vê como existe um desafio muito grande para as populações de floresta, para que essas pessoas, de fato, acessem políticas públicas que lhe garantam viver com dignidade. 

Então, essas populações têm todo direito de fazerem suas reivindicações. Agora, eu não acredito que elas estão sendo ouvidas nesse contexto de COP. Mas ainda é cedo [para afirmar]. Acho que essa semana muita coisa está sendo definida. A gente ainda vai ter notícias sobre o que de fato saiu como resultado concreto. Eu entendo que todos estamos torcendo muito para que saia um acordo que possibilite o acesso a financiamento climático que possa fortalecer esses povos nos seus territórios. 

Agência Brasil: Com a COP30 entrando na reta final, já dá para fazer um pequeno balanço? Dá para falar nela como a “COP da implementação”, a “COP da verdade”? 

Ângela Mendes: Eu não sei te dizer porque não estou lá nos espaços de negociação. Eu acho que ainda não existem grandes definições sobre o resultado dessa COP. 

O que posso dizer é que foi uma COP diferente, onde os movimentos, as organizações de base se mobilizaram, se articularam e fizeram muita coisa, deram seus gritos. A gente teve o Porongaço, que foi um movimento de populações extrativistas com mais de mil participantes. A gente teve a Marcha Mundial pelo Clima, que também reuniu mais de 70 mil pessoas, segundo as notícias. A gente teve a marcha dos povos indígenas e todos esses espaços paralelos de debate.  

Muita coisa rolou em torno da COP que fez com que as autoridades que estão lá debatendo as soluções tenham percebido que na Amazônia existe muita resistência. E existe também muita produção de soluções para essa crise climática que a gente está vivendo. Acho que o que fica de entendimento é que as soluções para essa crise climática precisam incluir quem está no território 

Agência Brasil: Voltando a esse debate de que as soluções têm que partir da escuta dos territórios, você acha que com a entrega da carta da Cúpula dos Povos, os próximos eventos como esse vão ter um espaço maior para esses movimentos? 

Ângela Mendes: Acho que essa COP teve algo de inovador, que foram os processos que o governo brasileiro implementou, os espaços de diálogo, o balanço ético global, o papel também dos enviados, que são pessoas que fazem essa ponte da sociedade civil com a cúpula, com os negociadores. Eu acho que são importantes iniciativas que aproximam os povos dos territórios dessa alta cúpula dos líderes. 

Acho que a produção dos documentos também traz uma certa força. Porém, há uma disputa que acontece ali. Por exemplo, de uma manifestação de um grupo de indígenas que foram ocupar a Blue Zone e foram tratados de forma violenta, como invasores. Mas, e os lobistas que estão presentes em todas as COPs, que estão em grande número, que têm dinheiro para pagar suas passagens, estadia nos melhores hotéis, para fazer com que essa indústria dos combustíveis fósseis não perca espaço? 

Tanto é que a gente vai ter esse licenciamento para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Então, ainda é um desafio muito grande a gente lutar contra o lobby dessas indústrias dos combustíveis fósseis. Os movimentos e povos se organizaram, fizeram todo esforço, fizeram suas pré-COPs, formaram suas lideranças no território sobre o que é e a importância dessa COP. Vão produzir documentos, vão produzir demandas. Se alguém vai ouvir, não sei, não me pergunte. 

Agência Brasil: Você tem falado sobre a necessidade de alianças para enfrentamento dessa crise ambiental. O que precisa ser feito, na sua avaliação? 

Ângela Mendes: Eu vejo de forma muito clara. O meu pai deixa esse exemplo, junto com as lideranças indígenas que formaram a aliança original na década de 80, para avançar nas conquistas de políticas públicas, sobretudo de território. 

Eu acho que cada parte, cada segmento da sociedade pode contribuir para as soluções. A aliança com as academias ela é superimportante. A academia produz conhecimento, pesquisa e a gente sabe: os cientistas dizem que ainda há muito a ser pesquisado na Amazônia que pode vir a trazer uma inovação tecnológica para esse lugar, a partir dos conhecimentos também de quem está nesse lugar. É a sociobioeconomia. 

Os bancos podem também deixar de financiar apenas o agronegócio, o setor da mineração e entender que é importante também que abram linhas de financiamento para os pequenos empreendedores. A gente sabe a relação deles com agronegócio, com quem tem capital e para oferecer garantias ao banco. Isso [a relação] não vai mudar, mas que o banco repense a sua relação também com os pequenos. 

As grandes indústrias, a indústria farmacêutica, a indústria cosmética têm uma capacidade grande de fortalecer os territórios também. Em vez de ficar explorando as comunidades, retirando as matérias-primas dos seus produtos, pagando um preço insignificante, indo beneficiar em outros lugares e vender por um preço absurdo, poderia muito bem repensar isso e incluir as comunidades nesse processo. Formar juventude para fazer essa manipulação, construir estruturas locais para fortalecer. Porque, veja bem, se um dia que essa floresta acabar, de onde eles vão retirar o muru-muru? Onde eles vão retirar o ipê branco, o pau-rosa para produzir os seus produtos? 

Agência Brasil: Cada segmento tem potencial de contribuir… 

Ângela Mendes: Acho que cada segmento, como eu falei, tem poder de impulsionar essa transformação que a gente quer. A Amazônia, às vezes, só é reconhecida a partir do que ela fornece para os mercados de commodities internacional. É a carne, a soja, a madeira, a mineração que só degrada a Amazônia, viola os territórios. Mas ela tem tantos potenciais. 

A gente trouxe o Armazém da Sociobiodiversidade que mostra outras formas de se relacionar com essa floresta, com esses maretórios, com esse território de forma sustentável, garantindo esses ecossistemas não só para a presente, mas para a futura geração. 

Agência Brasil: Da mesma forma para os demais biomas, né? 

Ângela Mendes: Exatamente. Da mesma forma, porque a gente também tem que entender que estamos todos integrados. Tanto que aqui a gente tem produtos de todos os biomas: do Cerrado, do Pampa, da Caatinga. Porque eu acho que cada bioma está conectado. Cada um deles tem sua cultura que é resistência ao modo de vida capitalista, que a gente tem hoje. 

Agência Brasil: Você acha que o seu pai teria visto com bons olhos uma COP aqui na Amazônia? 

Ângela Mendes: Muita gente já me perguntou isso. Eu acho que ele teria olhado como uma grande oportunidade de construir a possibilidade de melhorar a vida dos companheiros e companheiras dele. 

A luta dele não era só pela conservação da floresta, mas ela era também pela manutenção dos modos de vida tradicionais das populações. Ele era um lutador incansável pela justiça socioambiental. 

Agência Brasil: Após um período de negacionismo na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a gente teve uma mudança no governo acenando para retomada da política ambiental. Como você avalia esses três anos de governo Lula? 

Ângela Mendes: Obviamente parece que a gente saiu de uma situação muito complicada, para falar o mínimo, para uma situação que aponta para outra direção. Mas, ao mesmo tempo, a gente sofre com o avanço do agronegócio em determinadas fronteiras agrícolas. A gente sofre com uma especulação sobre as terras, grilagem, pressão sobre os povos nos territórios. 

Agência Brasil: O que está faltando para o Brasil encampar de vez essa agenda ambiental? 

Ângela Mendes: Eu acho que existe hoje uma sensação de impunidade. O governo Bolsonaro deixou no ar essa sensação de que tudo se podia fazer, porque ainda existe um sistema que está entranhado dentro dos espaços. Esse sistema defende os interesses do capitalismo. É esse interesse que combate diariamente o direito de quem está nos lugares, nos territórios, lutando para sobreviver. Porque o capitalismo é violento, cruel, ganancioso, quer tomar posse dos territórios para explorar, seja minério, seja petróleo, para satisfazer a sua sanha gananciosa. 

Esse sentimento de impunidade está presente hoje com muita força, tanto é que os assassinatos de defensores continuam acontecendo. A gente está falando, por exemplo, do assassinato, há duas semanas, de duas mulheres quebradeiras de coco babaçu aqui no estado do Pará. A gente sabe que os fazendeiros que têm os babaçuais nas suas terras estão fechando tudo, impedindo-as de continuar tirando o coco, colhendo o coco para se sustentar. Então, ainda é um sistema muito forte, muito poderoso, que está nos principais espaços de poder e que ainda dá suas cartas. 

O presidente Lula resolveu uma série de questões. Mas a gente vem de quatro anos que foram realmente um desastre, uma crueldade que retrocedeu 40 anos, 50 anos de luta para conquistar o que estamos perdendo. 

Apesar de estarmos com o governo progressista, a gente ainda tem esse Congresso que é fascista, a gente tem a maior parte dos governadores que são de extrema direita. 

Tem um tensionamento ao redor do presidente também. Inclusive fico imaginando que, nesses momentos, o povo na rua faria diferença. A gente se acostumou agora a militar nas redes e a gente só vai para a rua quando vai ser votado a PEC da Impunidade. 

A gente sabe dos graves problemas, essa questão da exploração de gás na Foz do Amazonas é extremamente grave. O governo precisava rever seu posicionamento também. A gente tem falado sobre transição justa, a gente tem falado sobre como o clima tem estado em crise por conta dos combustíveis fósseis. 

Então, não justifica que a gente esteja aqui na Amazônia, recebendo a COP para pensar soluções e, de repente, a solução que o Brasil encontra é aquela que já mostrou que traz mais problema do que qualquer outra coisa. Para fazer esse processo de transição justa acontecer, a gente não pode sucumbir ao capitalismo, a gente não pode sucumbir a essa força que o agro diz que tem. A gente também precisa, enquanto população, parar de reclamar nas redes e ir para a rua. 

Agência Brasil: Como é que ser uma mulher ambientalista em um país que tem essa infeliz marca de matar defensores dos territórios? 

Ângela Mendes: Não é fácil estar na Amazônia, que é o bioma também, onde ocorrem mais violências contra esses defensores. Então, realmente, é a gente vencer desafios todos os dias, tentar se fazer de forte mesmo quando a gente está sofrendo, cansada, entender que cada um tem um compromisso a assumir. Acho que a gente nunca foge da luta porque entende que o que a gente está construindo é pelo presente, pelo futuro, por todos os que estão aqui e pelos que virão. Eu sempre penso nisso quando eu estou para desistir, para sucumbir. 

E não é para deixar esses caras acharem que eles estão ganhando porque têm mais dinheiro, porque têm poder. Você falou nas alianças: é nisso que eu acredito, que a gente ainda está vivo hoje, ainda está resistindo, porque a gente está junto, se organiza em movimento e vai tocando. 

Agência Brasil: Como você vê hoje o papel das reservas extrativistas (Resex)? 

Ângela Mendes: As reservas extrativistas são territórios estratégicos. Assim como as terras indígenas têm essa importância para a gente tentar manter o clima abaixo desse 1,5º C, que a gente não vem conseguindo. 

A Resex vem nesse sentido de ser também esse território que é uma grande fronteira contra os desmatamentos e as queimadas, como também para garantir os modos de vida de populações que estão nesse território há década, séculos, que aprenderam muito do que sabem com os indígenas que aqui já estavam. São a garantia que esses modos de vida sejam resguardados, junto com a conservação da floresta. 

Quando meu pai foi assassinado, ele não chegou a ver a criação de nenhuma Resex, que só surgiram a partir de 1990. No apagar das luzes do governo [José] Sarney, foram criadas as primeiras reservas extrativistas de floresta, hoje elas já são quase 100, são 96, sob a gestão do governo federal. 

Isso porque a gente não está contando as reservas extrativistas sob gestão dos governos estaduais e municipais e outras formas de território de uso coletivo, como as unidades de conservação, reservas de desenvolvimento sustentável, projetos de assentamento extrativista, como as próprias florestas nacionais, que são unidades de conservação com pessoas dentro. 

Num total entre terra, floresta e água, são protegidos hoje mais de 60 milhões de hectares de biomas, com esses componentes, onde vivem mais de 1 milhão de famílias. É um número bastante expressivo, mostra como a luta dele não foi em vão. A sua morte, a gente entende também que não foi em vão, apesar de entender que se ele estivesse vivo, hoje a gente teria avançado ainda mais. 

Agência Brasil: Você está otimista com a possibilidade de resultado final dessa COP? 

Ângela Mendes: Eu estou. Porque se fosse para ficar pessimista, a gente não teria feito todo o esforço que a gente fez para trazer esse espaço maravilhoso aqui para a COP. 

 



Fonte: Agência Brasil

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