O furacão Melissa provocou graves inundações no Haiti, deixando 25 mortos e centenas de desabrigados, enquanto avança em direção ao leste de Cuba e às ilhas do Caribe. As autoridades alertam para novas chuvas intensas, deslizamentos de terra e marés de tempestade nas próximas horas.
Segundo o prefeito de Petit-Goâve, Jean Bertrand Subrème, as mortes ocorreram após o transbordamento do rio La Digue, que inundou residências e arrastou estruturas. A força das águas destruiu pontes e interrompeu o acesso a comunidades rurais. Diversas famílias continuam desaparecidas.
Em nota, equipes de resgate locais informaram que o município permanece sem energia elétrica e com comunicações instáveis, o que dificulta as operações. Abrigos temporários foram montados em escolas e igrejas para acolher os desabrigados.
Jamaica e Cuba em alerta
Na Jamaica, cerca de 25 mil pessoas foram deslocadas para abrigos, e uma morte foi confirmada. De acordo com o governo jamaicano, 77% da ilha está sem energia elétrica. As fortes chuvas causaram alagamentos em Kingston e em cidades do interior.
Em Cuba, as autoridades informaram que 735 mil pessoas foram levadas a abrigos diante da aproximação do furacão, previsto para atingir a ilha na quarta-feira (29). Já foram registrados desabamentos de casas e destruição de telhados nas províncias orientais.
Um alerta de furacão está em vigor para Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín e Las Tunas, além do sudeste e centro das Bahamas e Bermudas. O Haiti, a província cubana de Camagüey e as Ilhas Turcas e Caicos estão sob alerta de tempestade tropical.
Força da tempestade
Melissa mantém ventos sustentados de 160 km/h, sendo classificada como furacão de categoria 2. No entanto, chegou a atingir a Jamaica como categoria 5, com ventos de 298 km/h, tornando-se um dos furacões mais intensos já registrados no Atlântico.
O Centro Nacional de Furacões prevê inundações repentinas catastróficas e múltiplos deslizamentos de terra no leste de Cuba e alerta que o sul das Bahamas também poderá enfrentar alagamentos severos. Estima-se uma precipitação adicional de 200 a 300 milímetros para o leste cubano e o centro das Bahamas, e entre 100 e 150 milímetros para o sul do Haiti e o centro-oeste da República Dominicana.
A previsão aponta ainda chuvas entre 50 e 100 milímetros no norte da Jamaica, o que poderá elevar o acumulado total para até 750 milímetros em áreas montanhosas, de acordo com informações do The Christian Post.
Ajuda humanitária
A organização cristã Samaritan’s Purse informou que está se preparando para enviar equipes de socorro e classificou Melissa como “o furacão mais poderoso já registrado a atingir a Jamaica”. O grupo afirmou que a prioridade será o fornecimento de água potável, alimentos e kits médicos às populações atingidas.
O governo jamaicano anunciou que os aeroportos deverão reabrir na quinta-feira (30) para receber missões humanitárias internacionais e permitir o transporte de suprimentos e voluntários.
As autoridades caribenhas seguem em alerta máximo, diante do risco de novos deslizamentos e transbordamentos de rios, enquanto o furacão continua sua trajetória destrutiva pelo Atlântico ocidental.










































